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1 de abr de 2025 às 09:30
Os mosaicos do ex-padre jesuíta Marko Rupnik nas entradas da basílica do Rosário do Santuário de Nossa Senhora de Lourdes, França, estão sendo cobertos.
Rupnik, que também é artista, é acusado de abuso espiritual, psicológico e sexual de freiras. Ele foi removido da ordem jesuíta em junho de 2023. Rupnik atualmente enfrenta um julgamento canônico sobre as acusações de que abusou de dezenas de religiosas, algumas no contexto da criação de sua arte.
Rupnik, um padre e artista, foi acusado de abuso espiritual, psicológico e sexual de freiras. Ele foi removido dos jesuítas em junho de 2023. Rupnik atualmente enfrenta um julgamento canônico sobre as acusações de que abusou de dezenas de religiosas, algumas no contexto da criação de sua arte.
A prolífica carreira artística do padre criou um problema para muitos santuários e igrejas em todo o mundo. A basílica de Nosa Senhora Aparecida, em Aparecida (SP), já inaugurou em uma das fachadas um mosaico de Rupnik e têm os projetos de mais três.
A oficina de Rupnik esteve envolvida em projetos para cerca de 200 outros lugares de culto em todo o mundo, como Fátima, o Vaticano, o santuário São João Paulo II em Washington, D.C., e o túmulo de são Padre Pio.
No ano passado, os Cavaleiros de Colombo, uma ordem de leigos, cobriu mosaicos de Rupnik nas duas capelas do Santuário Nacional de São João Paulo II em Washington D.C. e na capela da sede dos Cavaleiros em New Haven, no Estado de Connecticut, decisão que representou na época a posição pública mais forte de uma grande organização da Igreja em relação à arte do ex-jesuíta.
O bispo de Tarbes e Lourdes, França, dom Jean-Marc Micas, chamou a decisão de “segundo passo” depois de sua decisão inicial em julho do ano passado de não acender mais os mosaicos à noite e nas procissões.
“Vocês conhecem minha opinião sobre a presença desses mosaicos nas portas da basílica. Pareceu-me, junto com meus colaboradores, que um novo passo simbólico tinha que ser dado para tornar a entrada na basílica mais fácil para todos aqueles que hoje não podem cruzar as portas”, disse dom Micas em publicação online do renomado site, que fala sobre aparições marianas.
Mosaicos de Rupnik, acusado de abusos sexuais, que está sob investigação e aguardando julgamento pelo Dicastério para a Doutrina da Fé da Santa Sé, foram adicionados à fachada neogótica da basílica de Lourdes em 2008.
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As portas laterais da basílica foram cobertas na manhã de 31 de março, e as duas portas centrais serão cobertas em alguns dias, segundo o santuário. As coberturas são amarelas com pequenas cruzes e as palavras “Com Maria, Peregrinos da Esperança 2025”.
Para o Jubileu da Esperança de 2025, Micas decretou que o Santuário de Nossa Senhora de Lourdes seja um dos dois lugares da diocese onde os peregrinos podem receber uma indulgência plenária jubilar. Ele disse que “passar pelas portas de entrada da basílica tinha que ser simbólico do momento”, e disse que a terceira sexta-feira da Quaresma, 28 de março, também era o Dia Memorial de Oração pelas vítimas de abusos sexuais cometidos na Igreja da França.
Depois de formar uma comissão especial em maio de 2023, Micas anunciou em julho do ano passado que, como “primeiro passo”, decidiu que os mosaicos não serão mais iluminados à noite nas procissões noturnas do terço à luz de velas do santuário. Ele disse que sua opinião pessoal era que as instalações de arte deveriam ser completamente removidas, mas era muito cedo para uma decisão final.
Os próximos passos do santuário em relação à obra de arte de Rupnik, disse ontem dom Micas, é continuar com a comissão “para avançar com calma, em vez de sob pressão de várias fontes”.
“Estamos trabalhando a longo prazo, pelas vítimas, pela Igreja, por Lourdes e sua mensagem para todos”, disse também o bispo.
Marlene Watkins, líder dos Voluntários Norte-Americanos de Lourdes, fez uma publicação ontem na página do Facebook “Voluntários Norte-Americanos da Hospitalidade Nossa Senhora de Lourdes”, saudando o “discernimento atencioso, orante e corajoso do bispo francês para abordar essa arte no santuário”.
“Esse passo em seu sábio plano torna possível para algumas e mais fácil para muitas vítimas e para aqueles que as amam entrar nas Portas Santas para este jubileu. Seu timing parece lento para alguns que desconhecem as legalidades da arte francesa – mas seu plano é prudente e metódico para tomar medidas para tornar a remoção possível. Ele pediu nossas orações por isso desde o anúncio de sua decisão. Por favor, vamos continuar a orar”, escreveu Watkins.
Os mosaicos de Rupnik e sua escola de arte e teologia, o Centro Aletti, em Roma, retratam os mistérios luminosos do rosário com a Festa de Bodas de Caná no centro. O ponto vermelho característico de Rupnik decora um dos painéis arqueados acima da entrada.
Rupnik também é o autor de Secondo lo Spirito: la Teologia Spirituale in Cammino con la Chiesa di Papa Francesco, um dos volumes da coleção Teologia de Papa Francisco publicados pela editora da Santa Sé.