Este artigo é o do site Aci Digital
Para ler o artigo original clique aqui!
13 de fev de 2025 às 12:43
O bispo de Setúbal, Portugal, cardeal Américo Aguiar, convocou a realização de encontros para implementar as conclusões do Sínodo da Sinodalidade e “concretizar” o que o papa Francisco “definiu como o ‘estilo novo de ser Igreja’”. Os encontros vão acontecer por vicariatos, de 27 de fevereiro a 30 de março.
O Sínodo da Sinodalidade aconteceu em duas sessões, em outubro de 2023 e outubro de 2024, depois de um processo de escuta em todo o mundo que teve início em 2021. Teve como tema “Por uma Igreja sinodal: participação, comunhão e missão”.
Em novembro do ano passado, foi publicado o documento final do sínodo. Em uma nota que acompanhou o documento, o papa Francisco disse: “O Documento final faz parte do Magistério ordinário do Sucessor de Pedro e, como tal, peço que seja acolhido”. Francisco não escreveu uma exortação apostólica pós-sinodal, como é costume desde a criação do sínodo dos bispos por são Paulo VI em 1965, logo depois do Concílio Vaticano II.
Embora ao aprovar o documento tenha observado que “não é estritamente normativo” e que “a sua aplicação exigirá diversas mediações”, o papa disse na nota que isso não significa “que não comprometa agora as Igrejas a fazer escolhas coerentes com o que nele se indica”.
“As Igrejas locais e os agrupamentos de Igrejas são agora chamados a implementar, nos diversos contextos, as indicações autorizadas contidas no Documento, através dos processos de discernimento e de decisão previstos pelo direito e pelo próprio Documento”, acrescentou Francisco.
O cardeal Américo Aguiar, que participou das sessões de 2023 e 2024 do Sínodo da Sinodalidade no Vaticano, convocou encontros para a implantação das conclusões sinodais em sua diocese por meio de uma nota episcopal, intitulada “Concretizar o ‘estilo novo de ser Igreja’”.
Segundo ele, esse “estilo novo de ser Igreja” não deixa “de ter uma universalidade plena”, mas “deverá revestir-se de uma ‘roupagem’ local, consoante aquilo que ‘o Espírito dita às Igrejas’”.
O bispo de Setúbal disse que, “no entender dos padres sinodais e do Santo Padre”, a sinodalidade não é “um, mas ‘o’ caminho, neste Caminho que Cristo Jesus é para toda a humanidade”.
Receba as principais de ACI Digital por WhatsApp e Telegram
Está cada vez mais difícil ver notícias católicas nas redes sociais. Inscreva-se hoje mesmo em nossos canais gratuitos:
“É o rosto novo com que a Igreja se deve apresentar ao mundo, a atitude de diálogo e acolhimento que torna o Evangelho ainda mais relevante para as mulheres e homens do nosso tempo”.
Para dom Américo, cada comunidade, família religiosa, e cada pessoa deve encontrar “em si a disponibilidade e a motivação para aprofundar a reflexão sinodal para depois a pôr em prática através de atitudes novas de proximidade e partilha da missão que todos, a seu modo e segundo o seu carisma, recebemos pelo próprio fato de sermos batizados”.
O cardeal citou como “elementos essenciais para uma Igreja renovada” a “reforma das estruturas e dos processos, o lugar dos leigos, a escuta ativa, o acolhimento dos excluídos”, “a cultura de transparência, a decisão participada”.
Segundo o bispo, o acolhimento dos excluídos “não se faz apenas com a abertura das portas das igrejas, mas com a busca ativa de todos os que se afastaram ou foram afastados, mesmo que para isso seja preciso sujarmo-nos com a sua lama e com o seu pó”.
Os encontros vicariais na diocese de Setúbal vão ser feitos pela Comissão Sinodal Diocesana, a fim de “promover encontros vicariais com o objetivo de melhor conhecer o Documento Final do Sínodo dos Bispos e as suas linhas gerais de força”.
No encontro “serão apresentadas algumas das principais conclusões”. Em seguida, haverá “um momento de partilha em grupos, segundo o método da ‘conversação espiritual’, o método usado no sínodo”, disse o bispo. “Assim poderemos escutar aquilo que Espírito Santo quer dizer, hoje, à sua Igreja, através do contributo de cada participante”.
Dom Américo pediu que os párocos animem “a participação dos seus membros mais responsáveis e de outros que, segundo o seu parecer, também devem estar presentes nestes momentos”. O bispo também convidou os jovens, “mesmo que não estejam integrados em nenhuma estrutura paroquial”, para que eles “se juntem e tragam todo o seu entusiasmo, a sua forma nova de ver o mundo e a sua esperança”.
Os encontros vão acontecer em Almada-Caparica, 27 de fevereiro, às 21h, na igreja de Nossa Senhora de Fátima, Cova da Piedade; Seixal, 6 de março, às 21h, na igreja de Nossa Senhora de Fátima, da Torre da Marinha; Palmela-Sesimbra, 9 de março, às 15h30, na igreja da Boa Água, Quinta do Conde; Montijo, 16 de março, às 15h30, na igreja dos Pastorinhos, Montijo; Barreiro-Moita, 23 de março, às 15h30, na igreja de Santo André, Barreiro; e Setúbal, 30 de março, às 15h30, na igreja da Anunciada, Setúbal.