A 16ª Vigília pela Vida anual foi feita na recém-restaurada catedral de Paris, na noite de 21 de maio, porque o Parlamento da França debate legislação que legaliza o suicídio assistido e a eutanásia no país.
Organizada pelos bispos da região de Île-de-France, a vigília acontece anualmente desde 2009. A edição deste ano, que reuniu cerca de 2 mil fiéis, teve como tema “Construtores de Amor, Vivamos na Esperança!”
A edição do ano passado, também marcada pelo debate nacional sobre questões do fim da vida, teve como tema “Quando sou fraco, então sou forte” (cf. 2 Cor 12,10).
O encontro deste ano teve uma série de depoimentos de indivíduos com várias origens pessoais e profissionais, oferecendo reflexões sobre as dimensões éticas e humanas dos cuidados no fim da vida e as responsabilidades que a sociedade tem para com os mais vulneráveis.
A hierarquia da Igreja na França expressou profunda preocupação com os desenvolvimentos legislativos, descrevendo-os como uma potencial “ruptura antropológica” que ameaça a dignidade inerente à vida humana, desde a concepção até a morte natural.
O projeto de lei (link em francês) sobre o fim da vida, atualmente em revisão parlamentar, introduz o conceito de “assistência para morrer”, um termo que visa abranger tanto a eutanásia — em que um terceiro administra diretamente a substância letal — quanto o suicídio assistido, no qual o paciente faz o ato final.
Adultos que sofrem de uma doença grave e incurável, que cause sofrimento físico ou psicológico considerado insuportável, seriam aptos para isso, sujeitos a avaliação médica. A votação formal do projeto de lei está marcada para amanhã (27).
Enquanto isso, membros do parlamento também aprovaram no último sábado (24) a criação de um novo delito para obstrução do acesso à morte assistida. Tal delito criminalizaria qualquer tentativa de impedir o ato em si ou o acesso a informações sobre ele. A disposição foi modelada com base no delito existente no país de obstrução do acesso ao aborto.
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Críticos do projeto de lei, como líderes católicos e bioeticistas, argumentam que a terminologia vaga — particularmente em torno da avaliação de "sofrimento insuportável" — representa sérios riscos ao valor atribuído à vida. Eles dizem que a lei pode abrir caminho para a normalização da morte assistida como resposta padrão à doença ou vulnerabilidade.
“Se adotado em 27 de maio, esse texto, um dos mais permissivos do mundo, ameaçaria os mais frágeis e colocaria em questão o respeito devido a toda a vida humana”, disse a Conferência Episcopal Francesa em comunicado publicado na semana passada.
O arcebispo de Tours, Vincent Jordy, vice-presidente da Conferência Episcopal Francesa, descreveu a proposta como uma “distorção da fraternidade” e pediu apoio aos cuidados paliativos como alternativa ética e humana.
Na vigília em Notre-Dame, o bispo auxiliar de Paris,Emmanuel Tois, também pediu aos católicos não só que rezem, mas também que tomem medidas concretas: "Há muitas maneiras e lugares em que os cristãos podem se envolver mais", disse o bispo, encorajando os fiéis a escrever aos seus legisladores e dialogar com as pessoas ao seu redor.
Em sua homilia, o arcebispo de Paris, Laurent Ulrich, denunciou a “ilusão” de uma “morte suave e escolhida”.
“É distorcendo o significado das palavras que queremos que as pessoas aceitem essa perspectiva. Chamar de morte natural aquilo que resulta do ato voluntário que a provoca”, disse também Ulrich.
“Chamar de ajuda fraterna o gesto que mata ou a palavra que a ele conduz. Invocar o direito de morrer quando a morte é um fato inescapável… Acrescentar a esse direito de morrer o delito de obstrução; enquanto, por décadas e ainda hoje, multiplicamos as normas de trânsito para evitar acidentes fatais nas estradas, ou para proteger nossos irmãos e irmãs de gestos desesperados e suicidas”, disse o bispo auxiliar de Paris.
Na celebração, intenções de oração foram colocadas diante do altar, e a liturgia teve leituras e hinos que refletiam o compromisso da Igreja com a defesa da vida. A Oração Eucarística para Circunstâncias Especiais proporcionou um foco espiritual.
“Abre os nossos olhos para todas as angústias, inspira-nos com a palavra e a ação certas para apoiar o nosso próximo na tristeza ou na provação; concede-nos servi-lo com um coração sincero, segundo o exemplo e as palavras do próprio Cristo. Faz da Tua Igreja um lugar de verdade e de liberdade, de justiça e de paz, para que toda a humanidade renasça na esperança”, diz a oração.
Solène Tadié é correspondente europeia do National Catholic Register. Ela é franco-suíça e cresceu em Paris (França). Depois de se formar em jornalismo pela Universidade Roma III, ela começou a fazer matérias sobre Roma e o Vaticano para a Aleteia. Ingressou no L’Osservatore Romano em 2015, onde trabalhou sucessivamente na seção francesa e nas páginas culturais do jornal italiano. Ela também colaborou com várias organizações de mídia católicas de língua francesa. Solène é bacharel em filosofia pela Pontifícia Universidade de São Tomás de Aquino.
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