17 de out de 2024 às 12:34
Um cardeal holandês falou sobre esforços equivocados de reforma dentro da Igreja, ao dizer que soluções regionais para questões controversas podem minar a credibilidade da Igreja.
O arcebispo de Utrecht, Holanda, dom Willem Jacobus cardeal Eijk, falou sobre a importância de manter a unidade com a Igreja universal.
“Devemos trilhar um caminho comum e não nos desviar da Igreja mundial”, disse o cardeal ao falar sobre a carta do papa Francisco de 2019 aos católicos na Alemanha.
Ao dar uma perspectiva grave de um país fortemente secularizado, o cardeal holandês traçou paralelos entre o atual Sínodo da Sinodalidade em Roma e o Conselho Pastoral Holandês do final da década de 1960, ao falar à revista teológica Communio.
O arcebispo, de 71 anos, disse que soluções regionais para questões controversas poderiam minar a credibilidade da Igreja.
“Se a unidade na proclamação for perdida, a Igreja perde sua credibilidade”, disse o cardeal ao falar sobre a experiência negativa da Holanda com a ambiguidade nos últimos 50 anos.
“As pessoas tinham a impressão de que a própria Igreja não sabia realmente onde estava”, acrescentou.
Menos força para o suposto “atraso” de reformas
Ao falar sobre o Sínodo da Sinodalidade em andamento, dom Eijk disse que tópicos controversos, como gênero e ordenação de mulheres, ganharam menos força do que alguns esperavam.
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“As votações na assembleia do ano passado mostraram que a maioria dos participantes não estava entusiasmada com tópicos como gênero ou ordenação de mulheres”, disse.
O cardeal holandês também desafiou a ideia de que resolver um “atraso de reformas” traria as pessoas de volta à Igreja.
“É possível aprender com a Igreja na Holanda que isso é um erro”, disse dom Eijk. “Aqueles que criam confusão afastam as pessoas da Igreja. Você não traz ninguém de volta dessa forma”.
Em vez disso, dom Eijk defendeu uma abordagem centrada em Cristo e uma catequese sólida.
“Nas paróquias onde a fé é bem proclamada e a liturgia é celebrada com dignidade, as igrejas estão cheias”, disse o cardeal. “É sobre colocar Cristo no centro”.
Dom Eijk também falou sobre a participação dos leigos na tomada de decisões da Igreja, ao reconhecer sua importância, mas também limites.
“É claro que as pessoas estão envolvidas nas decisões”, disse o cardeal ao citar exemplos de contribuição em nível paroquial. No entanto, o arcebispo disse que essa abordagem “nem sempre funciona”, particularmente com grandes mudanças estruturais.
Anteriormente, uma influente canonista disse em um evento oficial do Sínodo da Sinodalidade que a Igreja deveria ser governada por sínodos de homens e mulheres, entre outros fatores, e com poder para tomar decisões, e não apenas fazer recomendações.