O cardeal sueco Anders Arborelius descreveu o conclave que resultou na escolha do Papa Leão XIV como uma experiência essencialmente unificadora, apesar do ritmo intenso e das expectativas.

"O conclave foi uma vivência maravilhosa de unidade na Igreja e de abertura ao sopro do Espírito," disse Arborelius, acrescentando que o processo foi muito bem conduzido.

Um desafio notável, porém, foi a necessidade de os cardeais se conhecerem melhor, especialmente aqueles de regiões distantes.

Durante as reuniões preparatórias antes do conclave, onde os cardeais discutiram os rumos da Igreja, Arborelius notou que "os cardeais não se conhecem tão bem" e que ele próprio se sentia "perdido" em certos momentos.

Ele explicou que o Colégio Cardinalício obteve uma visão geral da Igreja mundial, mas menos orientação direta para a eleição do pontífice.

"Foi interessante encontrar todos os cardeais e ouvir suas perspectivas, mas também um pouco cansativo ouvir por horas," comentou.

Apesar das diversas especulações da mídia, a eleição surpresa do então Cardeal Robert Prevost, o 266º sucessor de São Pedro, foi bem recebida pelo cardeal sueco, que o conhecia bem por sua atuação na Cúria Romana.

"Foi realmente uma experiência da graça de Deus ver um cardeal que de repente se tornou o vigário de Cristo, e eu pude sentir que ele era a pessoa certa, escolhida por Deus," afirmou o cardeal.

Ele também se declarou "impressionado" com a "humildade e simplicidade" do Papa Leão ao se dirigir à multidão na Praça de São Pedro após a eleição, considerando-o "um sinal do Espírito Santo e sua orientação."

No primeiro mês de seu pontificado, o Papa Leão iniciou uma série de visitas a diferentes dicastérios e escritórios do Vaticano. Para Arborelius, essas reuniões mostram que "ele é uma pessoa ansiosa por estabelecer diálogo em muitos níveis."

"Sou muito grato ao Papa Leão, e é notável o quanto ele conseguiu realizar em tão pouco tempo," disse o cardeal.

Sua eleição, acrescentou, "significa que entramos em um novo capítulo na história da Igreja e devemos estar abertos à providência divina e como o Papa Leão nos guiará à santidade em um mundo secular e dividido que necessita urgentemente do Evangelho."

Arborelius expressou que, embora apreciasse uma visita papal à Suécia, ele espera que o novo papa possa visitar os católicos nos países vizinhos da Escandinávia.

"Tenho certeza de que ele visitará muitos países. Talvez agora seja a hora dos outros países nórdicos receberem uma visita papal!", concluiu.