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25 de abr de 2025 às 12:55
O túmulo do papa Francisco será feito de mármore da Ligúria, Itália, com uma única inscrição: “FRANCISCUS”, e uma reprodução de sua cruz peitoral, segundo o projeto de design divulgado pela Santa Sé.
O sepultamento será feito no nicho da nave lateral, entre a Capela Paulina (Capela da imagem de Nossa Senhora Salus Populi Romani) e a Capela Sforza da basílica de Santa Maria Maior. O túmulo também ficará próximo ao Altar de São Francisco.
As obras para receber o caixão do papa Francisco começaram há alguns dias, cumprindo seu desejo de um sepultamento simples nessa igreja dedicada a Nossa Senhora.
Em sua autobiografia, Esperança, publicada em janeiro, o papa Francisco disse que seu local de sepultamento quando morresse deveria ser a basílica de Santa Maria Maior.
“O Vaticano é a casa do meu último serviço, não a casa da eternidade. Estarei na sala onde agora estão guardados os candelabros, perto daquela Rainha da Paz, a quem sempre pedi ajuda e por quem fui abraçado em meu pontificado mais de cem vezes”, disse Francisco.
O túmulo fica bem próximo à capela da Salus Populi Romani, devoção mariana à qual o papa costumava rezar.
Há tábuas de madeira no lado esquerdo do templo onde ficará o túmulo. “Pensei que ele seria enterrado dentro da cripta da basílica, mas é aqui”, diz Valentina, romana que visitou a igreja.
Com esse gesto, continuou ela, o papa Francisco quis selar sua relação com a Cidade Eterna da qual era bispo.
Ao lado dela, seu marido Francesco diz que na missa que participaram alguns minutos antes, ouviram “o barulho dos pedreiros trabalhando”.
“O papa queria ser enterrado ao nível do chão e sem ornamentação. É mais um exemplo da humildade que ele demonstrou ao longo dos seus 12 anos de pontificado”, diz Francesco.
Ana é espanhola e foi a Roma com as filhas para participar do Jubileu dos Adolescentes neste fim de semana.
“O principal motivo era ir à canonização do jovem (beato Carlo Acutis). Viemos com grande entusiasmo e vamos continuar vivendo dessa forma, mas nos encontramos diante de um funeral”, diz Ana.
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Ela e sua família participarão do terço, que, como todas as noites, será rezado pela alma do papa Francisco às 21h (16h horário de Brasília) do lado de fora da basílica. A oração será rezada até o dia da missa de exéquias do papa.
Uma cópia do ícone da Salus Populi Romani, padroeira da Cidade Eterna, está exposta atualmente do lado de fora da basílica para a veneração dos fiéis.
Antonieta, que diz ter a mesma idade do papa Francisco, 88 anos, também quer rezar pelo papa diante da imagem de sua devoção mariana favorita.
Francisco confiou todas as suas viagens apostólicas a essa devoção mariana, cada vez que entrava ou saía do Vaticano.
Ele confidenciou a ela suas preocupações, mas também sua dor física. Nas quatro vezes em que foi internado no Hospital Agostino Policlínico Gemelli, em Roma, o papa quis oferecer seu sofrimento a Nossa Senhora e também em outros momentos delicados, como a pandemia.
“Ele tinha uma grande devoção por esta igreja, e não era incomum vê-lo rezando diante desse ícone. Me deixei contagiar por isso e agora, embora eu more perto do Vaticano e costumava ir à basílica de São Pedro, costumo vir à missa aqui”, diz Antonieta.
Para ela, os três quilômetros que separam a basílica vaticana de Santa Maria Maior não são um problema. O cortejo que acompanha o caixão do papa seguirá o mesmo trajeto depois do funeral amanhã (26).
Mas além de abrigar o ícone bizantino Salus Populi Romani, poucos sabem, por exemplo, que o espanhol santo Inácio de Loyola escolheu Santa Maria Maior para celebrar sua primeira missa. Depois, ele fundou a Companhia de Jesus (jesuítas), para a qual essa basílica foi muito importante. Na reforma protestante, a imagem de Nossa Senhora se tornou um símbolo de identidade que demonstrava claramente lealdade ao papa.
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Outro fato interessante é que o primeiro cardeal jesuíta, cardeal Francisco de Toledo, deixou toda a sua herança para a basílica em seu testamento.
Os restos mortais do arquiteto e escultor Gian Lorenzo Bernini, um dos maiores expoentes da arte barroca, e de Pauline, irmã do imperador francês Napoleão Bonaparte, também foram sepultados na basílica de Santa Maria Maior. A partir de amanhã (26), eles vão dividir seu local de sepultamento com o papa Francisco.