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10 de mar de 2025 às 20:40
“Os mosteiros de clausura proclamam ao mundo que Deus é, que Ele é digno de cada grama do nosso amor e, na verdade, de toda a nossa existência, e que viver nele e para ele não só é possível, mas é profundamente, profundamente gratificante”, disse madre Mary Oda.
Ela é a madre do Priorado de São José das Cônegas Norbertinas de Belém, estabelecido há cerca de 30 anos nas montanhas Tehachapi, na Califórnia, EUA. Ela e sua comunidade de freiras de clausura cuidam de cães, fazem queijo artesanal e rezam a liturgia das horas no esforço de fazer renascer uma ordem religiosa com raízes no ano de 1121, quando são Norberto de Xanten fundou a primeira comunidade.
“O processo de fundação do nosso priorado foi único, pois não há outras cônegas norbertinas no continente da América do Norte”, disse a madre Mary Oda, a madre prioresa de São José.
A oração contemplativa é fundamental para a comunidade. A vida diária das freiras é modelada na oração litúrgica. Elas acordam à meia-noite para cantar o ofício das matinas e fazem uma pausa em suas tarefas diárias ao longo do dia para rezar.
Madre Oda falou sobre como sua vida claustral e contemplativa está “profundamente enraizada na liturgia”.
“O louvor, a adoração, a ação de graças e a intercessão que permeiam a oração da liturgia também permeiam a vida diária da cônega, tornando sua própria existência uma espécie de ‘liturgia viva’ ”, disse ela à CNA, agência em inglês da EWTN News.
“Como cônegas enclausuradas, a liturgia das horas é a estrutura de todo o nosso dia e rege todas as nossas outras atividades. Pois, embora possamos ter muito trabalho a fazer no convento, nosso trabalho principal é o louvor a Deus no coro”, disse Mary Oda.
Parte da vida monástica das monjas é dedicada a seu próprio sustento. Elas cultivar, criam e fazem manutenção do que têm. Diariamente cuidam de seus animais, fazem queijo artesanal e colhem maçãs.
Mas, como integram uma ordem contemplativa, toda a vida delas está enraizada na oração.
“É apropriado que todo outro trabalho cozinhar, costurar, cuidar dos animais ou fazer queijo seja interrompido para voltar a esse trabalho mais importante”, disse madre Oda. “É da liturgia que todo o nosso outro trabalho deriva seu verdadeiro significado, para que se tornem maneiras pelas quais nós, em e por meio de Nosso Senhor, buscamos irradiar essa oração de louvor e petição pelo mundo e para trazer a criação de volta a Deus”, disse a madre Oda.
Criação de labradores e cães pastores-da-Anatólia
“Esforçar-se para viver do trabalho de nossas mãos e tornar nossas comunidades o mais autossuficientes possível tem sido uma tradição de nossa ordem por cerca de 900 anos”, disse madre Oda.
Além da colheita de maçãs e da fabricação de queijos, as freiras começaram a criar cães em 2016. Tudo começou com Blitzen, uma fêmea que a comunidade adquiriu para pastorear vacas.
Depois que Blitzen teve sua primeira ninhada, as freiras decidiram, com a ajuda de uma amiga da comunidade, a criar labradores, raça especialmente adequada para serviços e trabalho terapêutico. Depois, acrescentaram cães pastores-da-Anatólia, dois dos quais ajudam a proteger as ovelhas do priorado.
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“Hoje, criamos e já pusemos cerca de 200 filhotes em lares amorosos, com vários filhotes tendo ido para suas novas famílias como cães de serviço em potencial para ajudar aqueles com TEPT (Transtorno de Estresse Pós-Traumático), problemas de mobilidade, autismo e outras deficiências ou desafios”, disse a madre Oda. “Por causa de nossas políticas rígidas, nenhum de nossos filhotes foi rejeitado”, disse madre Oda.
Uma tradição centenária viva hoje
Foi na década de 1990 que a prioresa fundadora da comunidade, madre Mary Augustine (na época Monique Petit) começou a trabalhar com os padres norbertinos da abadia de St. Michael em Silverado, Califórnia, para fundar uma comunidade de cônegas. As freiras fundadoras passaram por vários lugares em formação, por fim encontrando seu lar em Tehachapi, cidade nas montanhas Tehachapi, no sul da Califórnia, em 1999.
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“A base de oração e discernimento estabelecida pelas freiras fundadoras está sendo construída enquanto nos esforçamos para viver fielmente nossa tradição norbertina”, disse madre Oda.
O priorado só foi oficialmente incorporado à ordem norbertina em 2011. Foi nesse ano que as primeiras nove freiras professaram votos solenes e, em 2012, o edifício permanente do convento foi inaugurado.
“Houve muito trabalho, oração e discernimento a serem feitos enquanto eles tentavam estabelecer como viver uma tradição de 900 anos fielmente no mundo moderno”, disse madre Oda.
Agora, com cerca de 40 freiras, o priorado tem planos de concluir a construção de seu mosteiro e capela.
“Deus continua a nos abençoar com vocações, e assim o espaço no prédio de 2012, assim como em nossa capela, uma casa de fazenda convertida, está se tornando cada vez mais um problema que precisa ser resolvido em tempo hábil. Colocamos nossa confiança em Deus que, em Seu tempo perfeito, os fundos virão e o espaço será fornecido”, disse madre Oda.
A vida contemplativa
Madre Oda disse que, embora os efeitos das obras do mosteiro sejam muitas vezes invisíveis neste mundo, as freiras às vezes veem o fruto de suas orações.
“Recebemos diariamente pedidos de oração do mundo inteiro e frequentemente também recebemos relatos de resultados felizes, desde problemas com veículos resolvidos de modo quase milagroso até remissões de câncer e conversões no leito de morte, e a graça de aceitar completamente e até mesmo abraçar uma cruz difícil que uma alma estava lutando para carregar”, disse madre Oda.
Ela disse que uma vida contemplativa — dedicada ao louvor a Deus e à oração pelo homem — “é certamente contracultural em uma época que frequentemente glamouriza o egoísmo e a busca por si próprio”.
“Ela lida de um modo especial com as feridas que afligem as pessoas modernas e a sociedade moderna, que, em geral, se esqueceu de Deus e sofre a frustração e a falta de sentido que tal esquecimento sempre cria”, disse madre Oda.
Madre Oda disse que todos os cristãos são chamados à vida contemplativa, “uma vida de oração mais profunda e união com Deus”, mas alguns cristãos são chamados a buscar essa vida de oração “com maior intensidade”.
“A vida contemplativa é importante em qualquer época da história, mas talvez seja especialmente relevante em nossos dias modernos”, disse também ela.
“Deus sempre preferiu falar ao coração do homem em meio ao silêncio, e ainda hoje há uma espécie de tirania de barulho e distrações, tornando muito difícil para o homem moderno estar atento à sua voz”.