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15 de abr de 2025 às 14:56
“A defesa da vida é um tema que a nossa Igreja propõe para todos nós católicos com muita força, com muita firmeza, desde sempre”, disse o bispo auxiliar do Rio de Janeiro (RJ), dom Tiago Stanislaw, à ACI Digital na vigília pró-vida com o ícone peregrino de Nossa Senhora de Czestochowa no Santuário do Cristo Redentor na madrugada de domingo (13). O ícone da padroeira da Polônia chegou ao Brasil em 21 de março para percorrer o país em defesa da vida.
A vigília começou com a missa celebrada por dom Tiago aos pés do Cristo Redentor, e foi seguida por um ato de consagração a Nossa Senhora. Ao longo de toda a madrugada, os participantes rezaram o rosário, adoraram o Santíssimo e tiveram momentos de louvor.
“Aqui no Cristo Redentor, foi uma noite, uma vigília extraordinária”, disse à ACI Digital Zezé Luz, fundadora da Rede Colaborativa Brasil, de apoio a mulheres vítimas de violência e gravidez inesperada.
“Esse olhar eterno de Maria Santíssima nesse ícone é muito significativo, sobretudo para o trabalho pró-vida, porque ela é, conhecidamente, de oceano em oceano, aquela que vai à frente propagando a defesa da vida”, disse Zezé. Ela “nos ensina, nos educa a ser mãe protetora, aquela que cuida, aquela que protege e ampara”.
Natural da Polônia, dom Tiago contou que a peregrinação “De Oceano a Oceano” é uma iniciativa dos leigos poloneses e de outros países da região, porque o aborto havia se tornado um método anticoncepcional na Rússia. “Nos anos 90, segundo as estatísticas, uma mulher russa abortava entre sete e oito filhos por vida, tendo casos em que algumas mulheres abortaram 20 vezes por vida”, disse.
Diante dessa situação, a polonesa Ewa Kowalewska doou esse ícone a um padre ortodoxo para que pudesse peregrinar pela Rússia para que “Nossa Senhora, como nova Arca da Aliança, pudesse guiar aqueles que querem defender a vida”, contou.
“Como poloneses, temos uma participação no início desta grande peregrinação, mas depois ela já tomou a sua própria vida, essa grande dimensão de ir pelo mundo inteiro, e hoje está no Brasil, trigésimo país”, disse.
Dom Tiago está à frente do projeto “Adoção Espiritual”, movimento que quer oferecer a experiência da maternidade e da paternidade espiritual propondo a oração diária por um bebê em risco de ser abortado. Na vigília, estiveram pessoas de Betim (MG), de São Paulo (SP) e do Rio de Janeiro que participam deste projeto.
Para ele, “a oração é a primeira e mais importante iniciativa que nós podemos fazer em qualquer questão também da defesa da vida”. “A todos que querem se envolver na defesa da vida eu logo digo, a adoção espiritual é uma opção maravilhosa e cada um, independente da idade, independente do seu estado de vida, pode abraçar e, desta maneira, fazer uma diferença muito concreta na vida de uma criança ameaçada pelo aborto, como também na vida da mãe”.
“Cabe a nós abraçar esta causa da defesa da vida”, concluiu o bispo-auxiliar do Rio de Janeiro.
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Testemunho pró-vida na vigília
A vigília contou com a presença de beneficiárias da Casa da Gestante Pró-vida de Nilópolis, que deram seus testemunhos de acolhimento e contaram como desistiram do aborto para permitir o nascimento de seus filhos.
Maria das Dores Hipólito Pires, conhecida como Doris Hipólito, é professora e fundadora do projeto, que iniciou na Baixada Fluminense ao perceber que muitas alunas recorriam ao aborto e ficavam com sequelas. Em 2007, ela fundou a primeira Casa do Amparo para acolher gestantes com gravidez indesejada. Hoje, há três unidades: em Nova Iguaçu, Belford Roxo e Nilópolis.
Entre as beneficiárias, Ana Carolina contou que, aos 17 anos, buscou ajuda da casa em um momento de desespero, enfrentando uma gravidez indesejada de seu terceiro filho. Após tentativas frustradas de aborto com chás e um episódio em que tentou tirar a própria vida, foi incentivada pelo companheiro a procurar a casa, onde encontrou apoio.
Ao chegar na casa, ela contou toda a sua história para a Doris que “só levantou e falou assim: ‘você sabe qual é o sexo?’. E eu falei: ‘não, eu não tenho a mínima noção de tempo, de sexo, de nada’. Ela saiu e voltou”, contou Ana Carolina. “Quando ela entrou pela porta, essa parte me emociona muito e sempre vai me emocionar. Ela tinha um enxoval grande, todo rosa. E ela falou assim, a sua filha é uma menina, e essa menina vai ser a sua melhor amiga”, continuou.
“Desde então começou o meu trabalho de cura. Morando na casa de amparo eu tive a minha catequese, eu conheci a Igreja Católica, eu tive todo o conhecimento de libertação, de cura interior”.
“A Doris me encaminhou para uma comunidade católica, onde eu fiquei mais um ano vivendo para a honra e glória do Senhor em celibato, continuando meus estudos”, disse.
Hoje, nove anos depois, ela mora com o seu marido e seus filhos e é voluntária na Casa da Gestante. Seu sonho é “ser enfermeira, para que eu possa ter respaldo para defender as grávidas”, concluiu.
Sarah Néry colaborou com esta matéria.