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6 de fev de 2025 às 10:27
O bispo do Porto, Portugal, dom Manuel Linda, disse ontem (5) que a sua diocese recebeu nove pedidos de compensação financeira por parte de supostas vítimas de abusos.
Segundo dom Manuel, os pedidos “foram dirigidos à comissão diocesana do Porto ou chegaram à comissão diocesana do Porto através do Grupo Vita” e estão sendo analisados.
O Grupo VITA é um grupo de acompanhamento das situações de abuso sexual de crianças e adultos vulneráveis no contexto da Igreja Católica em Portugal. Foi criado em maio de 2023, depois da divulgação do relatório final da Comissão Independente (CI) para o Estudo dos Abusos Sexuais de Crianças na Igreja Católica em Portugal, que mostrou que havia pelo menos 4.815 vítimas no país entre 1950 e 2022.
Em abril de 2024, a Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) e a Conferência dos Institutos Religiosos de Portugal (CIRP) aprovaram a atribuição de compensação financeira a vítimas de abusos sexuais contra crianças e vulneráveis na Igreja em Portugal. A apresentação formal dos pedidos teve início em 1 de junho do ano passado e o prazo vai até 31 de março deste ano. O Grupo VITA está colaborando nesse processo.
Segundo relatório apresentado pelo Grupo VITA em 21 de janeiro, a entidade tinha recebido até aquele momento 61 pedidos de compensação financeira.
Dom Manuel Linda falou sobre este tema com a imprensa ontem à noite, no lançamento do livro “Celebrar um Centenário implica recordar e deixar marcas para o futuro”, por ocasião dos 100 anos do Escutismo Católico na diocese do Porto.
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O bispo do Porto disse que estão “a ver a credibilidade de cada um” dos nove pedidos recebidos “e depois então procederemos às indenizações”.
Respondendo sobre a demora na conclusão do processo, dom Manuel disse que “tudo isso não depende de nós”. “Depende de comissões técnicas que estão a estudar as situações e que demoram o seu tempo”.
O regulamento das compensações financeiras divulgado em julho do ano passado determina que os pedidos serão analisados por duas comissões: a Comissão de Instrução, que vai analisar os casos e elaborar um parecer, e a Comissão de Fixação da Compensação, que determinará o valor da compensação.
Presente no mesmo evento, o bispo de Setúbal, o cardeal Américo Aguiar também comentou sobre os processos de compensação. “O problema está resolvido? Não. Nós vamos conseguir resolvê-lo na totalidade? Não. Agora, hoje estamos melhor que no passado”, disse.
Dom Américo manifestou o desejo de que, “com a velocidade possível, se passo encerra os processos, principalmente os processos das compensações”.