O papa Leão XIV se encontrou com os jornalistas credenciados junto à Santa Sé que cobriram a morte do papa Francisco e o conclave. Abaixo, a íntegra do discurso proferido hoje (12), na aula Paulo VI, no Vaticano.
Irmãos e irmãs!
A todos vós, representantes dos meios de comunicação social do mundo inteiro, dou as boas-vindas. Agradeço o trabalho que realizastes e realizais neste tempo que, para a Igreja, é essencialmente um tempo de Graça.
No “Sermão da Montanha”, Jesus proclamou: «Felizes os pacificadores» (cf. Mt.5, 9). Essa é uma bem-aventurança que nos interpela a todos e vos diz respeito de perto, chamando cada um ao compromisso de levar adiante uma comunicação diferente, que não procura o consenso a qualquer custo, que não se reveste de palavras agressivas, que não adere ao modelo da competição, que nunca separa a busca da verdade do amor com que humildemente a devemos procurar. A paz começa em cada um de nós: no modo como olhamos para os outros, ouvimos os outros, falamos dos outros; e, nesse sentido, o modo como comunicamos adquire uma importância fundamental: temos de dizer “não” à guerra das palavras e das imagens, temos de rejeitar o paradigma da guerra.
Permiti-me, então, que hoje reitere a solidariedade da Igreja para com os jornalistas presos por terem procurado relatar a verdade, e que, com essas palavras, peça a libertação desses jornalistas que se encontram na prisão. A Igreja reconhece nesses testemunhos - penso naqueles que narram a guerra mesmo à custa da própria vida - a coragem de quem defende a dignidade, a justiça e o direito dos povos a serem informados, porque só os povos informados podem fazer escolhas livres. O sofrimento desses jornalistas presos interpela a consciência das nações e da comunidade internacional, chamando-nos a todos a salvaguardar o bem precioso da liberdade de expressão e de imprensa.
Obrigado, caros amigos, pelo vosso serviço à verdade. Estivestes em Roma nestas semanas para noticiar a Igreja, a sua variedade e, ao mesmo tempo, a sua unidade. Acompanhastes os ritos da Semana Santa; narrastes a dor pela morte do papa Francisco que, porém, ocorreu à luz da Páscoa. Essa mesma fé pascal introduziu-nos no espírito do conclave, que vos viu particularmente ocupados em dias cansativos; e, também nesta ocasião, conseguistes narrar a beleza do amor de Cristo que nos une a todos e faz de nós um só povo, guiado pelo Bom Pastor.
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Vivemos tempos difíceis de atravessar e narrar, que representam um desafio para todos nós, do qual não devemos fugir. Pelo contrário, estes tempos pedem a cada um de nós, nas nossas diferentes funções e serviços, que nunca cedamos à mediocridade. A Igreja deve aceitar o desafio do tempo e, do mesmo modo, não pode haver comunicação e jornalismo fora do tempo e da história. Como nos recorda santo Agostinho, que dizia: «Vivamos bem e os tempos serão bons! Nós somos os tempos» (Sermão 80, 8).
Obrigado, portanto, pelo que fizestes para sair dos estereótipos e dos clichês através dos quais muitas vezes lemos a vida cristã e a vida da própria Igreja. Obrigado, porque conseguistes captar o essencial daquilo que somos e transmiti-lo por todos os meios ao mundo inteiro.
Hoje, um dos desafios mais importantes é promover uma comunicação capaz de nos fazer sair da “torre de Babel” em que, por vezes, nos encontramos, sair da confusão de linguagens sem amor, muitas vezes ideológicas ou sectárias. Por isso, o vosso serviço, com as palavras que usais e o estilo que empregais, é importante. Com efeito, a comunicação não é só a transmissão de informações, mas a criação de uma cultura, de ambientes humanos e digitais que se tornam espaços de diálogo e de confronto de ideias. E, olhando para a evolução tecnológica, essa missão torna-se ainda mais necessária. Penso, particularmente, na inteligência artificial com o seu imenso potencial que, no entanto, exige responsabilidade e discernimento para orientar as ferramentas para o bem de todos, a fim de que possam produzir benefícios para a humanidade. E essa responsabilidade diz respeito a todos, em proporção à idade e aos papéis sociais.
Caros amigos, com o tempo aprenderemos a conhecer-nos melhor. Temos vivido – podemos dizer juntos – dias muito especiais. Partilhamo-los com todos os meios de comunicação: televisão, rádio, internet e redes sociais. Gostaria que cada um de nós pudesse dizer que esses meios nos revelaram um pouco do mistério da nossa humanidade e que nos deixaram um desejo de amor e de paz. É por isso que vos repito hoje o convite feito pelo papa Francisco na sua última mensagem para opróximo Dia Mundial das Comunicações Sociais: desarmemos a comunicação de todos os preconceitos, rancores, fanatismos e ódios; limpemo-la da agressividade. Não precisamos de uma comunicação beligerante e musculosa, mas sim de uma comunicação capaz de escutar, de recolher a voz dos fracos que não têm voz.
Desarmemos as palavras e ajudaremos a desarmar a Terra. Uma comunicação desarmada e desarmante permite-nos partilhar uma visão diferente do mundo e agir de modo coerente com a nossa dignidade humana.
Vós estais na linha da frente, narrando conflitos e esperanças de paz, situações de injustiça, de pobreza, e o trabalho silencioso de tantos por um mundo melhor. É por isso que vos peço que escolham, de modo consciente e corajoso, o caminho da comunicação da paz.
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