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17 de jan de 2025 às 16:10
Tenho o coração pesado por vocês que sofrem por causa dos incêndios florestais que ainda ardem nas montanhas e ao longo do litoral. Estes dias são uma provação para nossa grande cidade e para a família de Deus aqui na arquidiocese de Los Angeles.
Quando a tempestade de fogo começou, ofereci uma série de missas para rezar por vocês e por nossos vizinhos e pelos homens e mulheres corajosos que trabalham para apagar esses incêndios e nos manter seguros.
Foi para mim uma experiência emocionante conhecer aqueles de vocês que perderam muito: entes queridos e lares, empresas e meios de subsistência, paróquias, escolas e bairros. Fico profundamente triste ao ver milhares de católicos outros moradores de Los Angeles vivendo como refugiados e pessoas deslocadas em sua própria cidade.
Estamos só começando a entender a magnitude da destruição e da perturbação. Esses incêndios reduziram as posses mundanas das pessoas e suas memórias mais preciosas a cinzas e tornaram incertos os seu futuro. Autoridades dizem que pode levar anos para reconstruir e que muitas de nossas comunidades podem nunca mais ser as mesmas.
Em tempos como este, é compreensível que possamos pôr em dúvida o amor de Deus por nós, que possamos perguntar onde Ele está enquanto pessoas boas sofrem. Por que Deus permite o mal? Por que ele permite desastres naturais como incêndios florestais e furacões, terremotos e inundações?
Não há respostas fáceis. Mas isso não significa que não haja respostas.
Jesus nos ensinou que Deus é nosso Pai e que ele mantém toda a criação em Suas mãos amorosas. Ele prometeu que nem um único pardal cai do céu sem que nosso Pai saiba. Depois ele nos lembrou: Vocês valem muito mais do que qualquer pardal.
Vocês são preciosos para Deus, cada um de vocês. Vocês são tão preciosos para Deus que ele enviou Seu único Filho ao mundo para morrer na cruz por vocês. Precisamos nos apegar a essa verdade quando as dificuldades e os sofrimentos vêm.
Jesus conhece nossas esperanças, sonhos e batalhas. Ele está perto de nós em nossas alegrias e em nossas tristezas.
Ele só tem um desejo para nossas vidas: que cresçamos em santidade (1Tessalonicenses 4,3) e amor e nos tornemos santos que anunciem Seu amor aqui na terra e vivam para sempre com Ele no céu. Tudo o que acontece, tudo o que Ele permite, vem de seu amor por nós e seu desejo por nossa salvação.
Não é uma resposta fácil, mas é a verdade.
Os santos dizem que Deus não pode padecer, mas pode-se compadecer.
Essa é a bela verdade da cruz. Ao morrer e ressuscitar dos mortos, Jesus nos mostrou que Deus pode trazer o bem até mesmo do maior mal.
E porque Jesus venceu a morte, nossos próprios sofrimentos podem encontrar significado e propósito quando os unimos aos Dele.
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Toda crise é uma encruzilhada. E em toda crise temos uma decisão a tomar.
Podemos responder com raiva e desespero, e é uma tentação natural.
Ou podemos decidir aceitar nossos sofrimentos como se de alguma forma dividíssemos os sofrimentos de Jesus, que sofre por nós e conosco e que nunca nos abandonará, não importa quão escuro o caminho possa parecer.
Mesmo quando nos resta pouco, ainda temos amor para dar.
Podemos “oferecer” nossos sofrimentos num espírito de amor e sacrifício por nossos vizinhos. Podemos fazer um presente de nossas vidas para sofrer junto com outros, apoiando-os em suas lutas.
Novamente, os santos nos dizem que os sacrifícios que fazemos pelos outros podem dar frutos de amor e compaixão quando nos unimos aos sofrimentos de Jesus. Misteriosamente, o que oferecemos em amor se torna parte do grande tesouro de compaixão que flui de Seus sofrimentos na cruz.
Já nesta tempestade de fogo, vemos o Senhor suscitando testemunhas heróicas.
Penso na família ajoelhada no lugar onde antes ficava sua casa, agradecendo a Deus e a Nossa Senhora por poupá-los; nos paroquianos que arriscaram suas vidas para apagar o incêndio no telhado da igreja; e nos bombeiros que resgataram o sacrário de uma igreja em chamas.
Ouviremos mais histórias como essa nos próximos dias. Haverá muitos mais sacrifícios de amor dos quais nunca ouviremos falar, todas as ofertas ocultas de pais por seus filhos, todos os pequenos atos invisíveis de gentileza em nossos lares e comunidades.
Vamos continuar ajudando e apoiando uns aos outros, vamos continuar trabalhando juntos para que nossos vizinhos conheçam a verdade do amor de Deus nesta hora de devastação e perda.
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Rezem por mim e eu rezarei por vocês.
E peçamos à Nossa Mãe Santíssima que nos proteja e nos guie.
Nossa Senhora, Rainha dos Anjos: Sê mãe de todos nós!
Dom José H. Gomez é arcebispo de Los Angeles, a maior comunidade católica dos EUA. Ele foi presidente da Conferência dos Bispos Católicos dos EUA (USCCB, na sigla em inglês) de 2019 a 2022. Este texto foi originalmente publicado na revista Angelus News e é republicado aqui com permissão.