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Por Tyler Arnold

23 de mai de 2025 às 15:39

Como parte dos esforços do presidente Donald Trump de reformular a ajuda externa dos EUA, foram cortados os fundos federais de quase uma dúzia de projetos para dar refeições escolares gratuitas para crianças em todo o mundo da Catholic Relief Services (CRS), agência humanitária internacional da Igreja nos EUA.

O Departamento de Agricultura dos EUA (USDA, na sigla em inglês) encerrou o financiamento de 11 dos 13 projetos operados pela CRS por meio do Programa McGovern-Dole de Alimentos para a Educação, criado com apoio bipartidário no início da década de 2000. Os fundos apoiam projetos internacionais de alimentação escolar e nutrição materno-infantil com commodities agrícolas americanas, segundo o USDA.

Segundo a CRS, o fim desses fundos afetará cerca de 780 mil crianças em idade escolar em 11 países. O financiamento terminará em julho.

“Essa decisão não é só uma mudança de política — é um golpe que altera a vida de centenas de milhares de crianças que dependem dessas refeições para se manterem saudáveis, continuarem na escola e manterem a esperança sobre o futuro”, disse em comunicado Sean Callahan, presidente e diretor executivo da CRS.

A CRS diz que, em alguns países pobres, esse programa dá às crianças a única refeição diária confiável. Em comunicado à imprensa, a CRS disse também que os programas fortalecem as comunidades locais e que a rescisão desses contratos vai ameaçar a segurança alimentar e a estabilidade econômica nos países afetados.

“Acabar com um programa que fornece a única refeição de crianças é profundamente preocupante e vai contra nossos valores como nação e como pessoas de fé. Temos a responsabilidade moral de garantir que crianças vulneráveis ​​tenham acesso à nutrição necessária para aprender, crescer e construir um futuro melhor”, disse Callahan.

Um porta-voz do USDA confirmou o encerramento desses fundos e disse à CNA, agência em inglês da EWTN, que a decisão é parte de um esforço para garantir que os programas "estejam alinhados com a agenda do presidente para tornar a América mais segura, mais forte e mais próspera".

“Estamos ansiosos para garantir que a ajuda externa do USDA seja gasta na implementação de projetos existentes, e em quaisquer novos projetos que continuem a colocar a agricultura americana em primeiro plano e se alinhem com a agenda do presidente”, disse o porta-voz.

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Segundo o porta-voz, o USDA encerrou 17 acordos do programa McGovern-Dole no total, 11 dos quais eram operados pela CRS. O USDA continua a financiar 30 projetos por meio desse programa, dois dos quais são operados pela CRS. Os programas restantes atendem 22 países.

O porta-voz disse também que o USDA encerrou o financiamento de 27 acordos do programa Food for Progress que também "não estavam alinhados com os objetivos de assistência externa do governo Trump". Os outros 14 acordos do programa Food for Progress, que atendem 17 países, ainda serão financiados.

“É importante observar que todos os produtores agrícolas dos EUA receberam o pagamento pelas commodities cujas faturas foram recebidas. Os projetos que foram encerrados receberam uma notificação com 30 dias de antecedência. Nesse período, os parceiros são obrigados a entregar qualquer commodity ao seu destino final, em conformidade com o acordo, para garantir que nenhum produto seja desperdiçado”, disse o porta-voz.

Callahan, por outro lado, disse que o sucesso de seus programas é “inegável”, dizendo também que viu em primeira mão “as contribuições notáveis ​​da comunidade e do governo local” em um dos países atendidos, Honduras.

“Conversei com crianças pequenas que enfrentam caminhadas de quase duas horas todos os dias até a escola — movidas pela esperança de receber uma refeição e educação. É antiamericano ficar parado sem prestar assistência enquanto a fome rouba das crianças a chance de aprender e prosperar”, disse ele.

Callahan pediu que o governo dos EUA “reconsidere sua decisão e restaure o financiamento para esses programas que afirmam a vida”, dizendo que uma reversão “garantiria que as crianças continuassem a ter acesso a refeições diárias na escola e investissem em seu futuro, sua saúde e sua capacidade de quebrar o ciclo de pobreza”.

Tyler Arnold é repórter do National Catholic Register. Já trabalhou no site de notícias The Center Square e suas matérias foram publicadas em vários veículos, incluindo The Associated Press, National Review, The American Conservative e The Federalist.