A oposição entre normas morais absolutas e experiência pessoal no discernimento em matéria de pecado ressurgiu com clareza no Sínodo da Sinodalidade. Na quinta-feira (3), os grupos de estudo de questões polêmicas estabelecido pelo papa Francisco no ano passado apresentaram seus relatórios.

“Não é uma questão de proclamar e aplicar princípios doutrinais abstratos, mas de habitar de modo vital a experiência de fé em sua relevância pessoal e social”, disse o relatório apresentado pelo grupo de sete teólogos responsáveis por aprofundar as questões sobre moral sexual e do início e fim da vida. “Só uma tensão vital, frutífera, e recíproca entre doutrina e prática encarna a Tradição viva e é capaz de se contrapor à tentação de confiar na esclerose estéril de pronunciamentos verbais”.

No ano passado, a declaração Fiducia supplicans, que autorizou bênçãos a uniões homossexuais, foi aclamada por bispos da França, Bélgica e Alemanha, por exemplo, e recusada pelos bispos do continente africano, por exemplo. O prefeito do Dicastério da Doutrina da Fé, cardeal Victor Manuel Fernández, disse em entrevista à agência de notícias espanhola EFE que o documento assinado por ele não tinha causado divisão na Igreja. “A divisão já existia e só se tornou transparente”.