Guerra Atual Faz Auschwitz Parecer ‘Laboratório’ Comparado, Declara Arcebispo

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29/jun/2025

O arcebispo de Évora, Dom Francisco Senra Coelho, manifestou profundo pesar diante do panorama global de conflitos armados, que ele considera reflexo de uma sociedade carente de amor. Segundo o prelado, a severidade dos acontecimentos atuais supera de tal forma os horrores históricos que o campo de concentração de Auschwitz, na Polónia, se torna apenas um “laboratório de aprendizagem” perante o que se assiste hoje.

Referindo-se à fome e à miséria extrema vividas em cenários de guerra, o arcebispo afirmou que a geração presente está a atuar de maneira que, em sua visão, a impede de acusar o passado, pois “está a fazer pior”. Dom Francisco associa as guerras à “morte de Deus”, interpretada como a morte do amor e da noção de paternidade divina, levando os seres humanos a desaprender a fraternidade e a viver um “avesso da vida”, dominado pela morte.

O líder religioso expressou ceticismo em relação à eficácia de táticas diplomáticas ou ao desenvolvimento de armamentos avançados para alcançar uma paz duradoura. Na sua perspetiva, tais medidas podem gerar apenas “períodos ilusórios de paz”. A verdadeira pacificação, defendeu, reside no coração humano e constitui um “dom imenso” que provém do amor divino, tornando as pessoas instrumentos dessa paz.

Questionando a aparente ineficácia das estruturas políticas e académicas atuais na resolução dos conflitos, o arcebispo reiterou que a paz é um dom que “precisa de Deus”, pois só Ele tem o poder de tocar os corações. Ele identificou a raiz das guerras na inversão de valores, onde a ganância material e a ambição por poder são priorizadas em detrimento da valorização da pessoa humana.

Fazendo eco às palavras do Papa Francisco, Dom Francisco sublinhou que a “economia que mata” precisa ser transformada numa economia que sirva a dignidade humana.

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