29 de mai de 2025 às 15:43
Leão XIV restabeleceu o “abono de conclave” dado aos funcionários da Santa Sé por seus serviços no período de sede vacante.
Cerca de 5 mil funcionários que trabalham para a Cúria Romana e instituições estatais do Vaticano — como os Museus do Vaticano, a Farmácia do Vaticano, a Biblioteca do Vaticano e Vatican Media, mídia oficial do Vaticano — receberão € 500 euros extras (cerca de R$ 3,2 mil) em seus salários do mês que vem.
O costume de papas recém-eleitos distribuírem bônus de conclave é visto como um gesto de gratidão aos funcionários da Santa Sé que trabalharam, muitas vezes em horas extras, nas semanas seguintes à morte de um papa até a eleição de um novo.
Embora Leão XIV não tenha falado sobre a doação monetária em sua audiência com vários funcionários da Santa Sé e do Estado do Vaticano no início deste mês, ele falou sobre sua alta consideração pelos homens e mulheres que formam as diferentes “comunidades de trabalho” da Santa Sé.
“Trabalhar na Cúria Romana, portanto, significa contribuir para manter viva a memória da Sé Apostólica, para que o ministério do papa possa realizar-se da melhor maneira possível. E, por analogia, o mesmo se pode dizer dos serviços do Estado da Cidade do Vaticano”, disse o papa em reunião com funcionários do Vaticano na Aula Paulo VI no último dia 24.
Receba as principais de ACI Digital por WhatsApp e Telegram
Está cada vez mais difícil ver notícias católicas nas redes sociais. Inscreva-se hoje mesmo em nossos canais gratuitos:
“Cada um de vocês dá a sua contribuição, fazendo seu trabalho diário com empenho e também com fé, porque a fé e a oração são como o sal para a comida; elas dão sabor”, disse também Leão XIV.
Entre os milhares de trabalhadores que serão beneficiados pela doação monetária do papa estão homens e mulheres que trabalham na livraria, lojas de roupas, postos de gasolina e correios do Vaticano, junto com outros funcionários leigos e religiosos da Santa Sé.
Em 2013, a tradição do "bônus de conclave" foi temporariamente suspensa quando o papa Francisco foi eleito. Em vez disso, ele optou por redirecionar a doação monetária para instituições de caridade e assistência social papais, como sinal da preocupação da Igreja com os necessitados.
Ciente do descontentamento de vários funcionários da Santa Sé em reter a esmola, o padre Federico Lombardi, então porta-voz da Santa Sé, justificou o cancelamento do bônus porque, além da "difícil situação econômica geral" da Igreja e do Estado da Cidade do Vaticano, nenhum papa havia morrido.
“Não parecia possível nem apropriado sobrecarregar os orçamentos das entidades da Santa Sé com uma despesa extraordinária considerável que não estava prevista”, disse Lombardi em 2013.
Embora os funcionários tenham perdido o bônus esperado do conclave quando Francisco se tornou papa há 12 anos, vários funcionários com três ou mais filhos estão se beneficiando de um bônus mensal de € 300 euros (cerca de R$ 1,9 mil) aprovado pelo papa Francisco em janeiro.
Sob o papa Bento XIV, os funcionários da Santa Sé receberam um bônus de conclave de mil euros (cerca de R$ 6,4 mil) pelo trabalho adicional no período de sede vacante depois da morte do papa são João Paulo II em 2005.
Kristina Millare é jornalista freelance com experiência profissional em comunicação no setor de ajuda humanitária e desenvolvimento, jornalismo de notícias, marketing de entretenimento, política e governo, negócios e empreendedorismo.
ACI Stampa é a agência em italiano do grupo ACI, a que pertence ACI Digital.