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17 de jan de 2025 às 12:01
O secretário de Estado da Santa Sé, cardeal Pietro Parolin, disse que a libertação gradual de 553 prisioneiros em Cuba é um “sinal de grande esperança” no início do ano jubilar da Igreja.
O principal diplomata da Santa Sé falou também sobre a comutação das sentenças de morte de 37 condenados à morte feita pelo presidente dos EUA, Joe Biden, e disse ter esperança de que haja mais “gestos de clemência” de governantes ao longo do Ano Santo de 2025.
Os anos de jubileu na tradição bíblica incluíam a libertação de escravos e o perdão de dívidas. O livro de Levítico institui a liberdade e o perdão de dívidas a cada 50 anos como um ato de justiça e misericórdia em louvor a Deus.
O governo cubano anunciou a libertação dos prisioneiros divulgada na última terça-feira (14) como parte do “espírito do Jubileu Ordinário de 2025” e falou sobre a mediação do papa Francisco nas negociações. O Departamento de Estado dos EUA aceitou tirar Cuba de sua lista de Estados patrocinadores em troca da liberdade dos prisioneiros políticos.
“É significativo que as autoridades de Havana tenham vinculado diretamente essa decisão ao apelo do papa Francisco”, disse o cardeal Parolin ao Vatican News, serviço de informações da Santa Sé, em visita à França.
O papa Francisco pediu várias vezes por “gestos de clemência” no ano santo, disse também o cardeal. A bula Spes non confundit, que decretou o jubileu, diz: “Proponho aos Governos que, no Ano Jubilar, tomem iniciativas que lhes restituam esperança: formas de anistia ou de perdão da pena, que ajudem as pessoas a recuperar a confiança em si mesmas e na sociedade; percursos de reinserção na comunidade, aos quais corresponde um compromisso concreto de cumprir as leis”, escreveu Francisco na bula papal.
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“Em todos os cantos da terra, os crentes, especialmente os Pastores, façam-se intérpretes destes pedidos, formando uma só voz que peça corajosamente condições dignas para quem está recluso, respeito pelos direitos humanos e sobretudo a abolição da pena de morte, uma medida inadmissível para a fé cristã que aniquila qualquer esperança de perdão e renovação”, escreveu também o papa.
O cardeal Parolin disse que o ano passado “foi encerrado com a comutação, pelo presidente dos EUA, de dezenas de sentenças de morte em sentenças de prisão perpétua e com a notícia de que o Zimbábue aboliu a pena capital”.
Em 23 de dezembro do ano passado, um dia antes do início do ano jubilar da Igreja na véspera de Natal, Biden comutou as sentenças de 37 presos federais no corredor da morte, ao mudar suas sentenças de execução para prisão perpétua sem possibilidade de liberdade condicional. Dois prisioneiros rejeitaram a comutação na crença de que isso poderia colocá-los em desvantagem legal ao apelar de seus casos com base na alegação de inocência.
O Zimbábue, país na África, aprovou uma lei abolindo a pena de morte em 31 de dezembro do ano passado, resultando na nova sentença ou comutação de cerca de 62 prisioneiros.
“Esperamos que este 2025 continue nessa direção e que as boas notícias se multipliquem, especialmente com a trégua dos muitos conflitos ainda em andamento”, disse o cardeal Parolin.