Líder da Igreja Católica em Portugal apela ao Governo para condenar conflitos no Médio Oriente e questiona ações israelitas

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18/jun/2025

Dom José Ornelas, presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), dirigiu-se hoje ao Governo de Portugal, instando-o a manifestar uma posição clara contra os conflitos militares que persistem no Médio Oriente. Em particular, o bispo expressou preocupação e questionamento sobre a conduta das forças de Israel.

Em declarações prestadas após o encerramento das jornadas pastorais em Fátima, D. José Ornelas qualificou a situação como de “momentos perigosos para todos”. Ele sublinhou a necessidade de que Portugal não se cale perante a violência, defendendo que o Executivo português deve “dizer claramente que não pode tolerar” certos atos, como disparar contra populações civis que procuram alimento.

“Não é aceitável disparar sobre pessoas que estão a passar fome e buscam comida. Isso é uma aberração do ponto de vista humano, político e para a construção do futuro. É fundamental que isto seja afirmado sem rodeios”, declarou o líder da CEP.

Ele acrescentou que é “tempo” de o Governo português tomar uma atitude firme em nome do direito, da dignidade humana e da construção de um futuro pacífico.

Questionado sobre a tensão crescente entre o Irão e Israel, D. José Ornelas alertou que, sob o pretexto da autodefesa, “não se pode pôr em causa a existência de outros”. Ele frisou que a retórica internacional não tem sido suficientemente enfática em condenar as ações.

O presidente da CEP insistiu na importância de adotar “medidas concretas contra quem age desta forma”, reiterando que a situação em Gaza é intolerável e que a extensão do conflito, incluindo a questão do Irão, parece ser uma “manipulação” para desviar a atenção de outros assuntos.

Fazendo eco de posições recentes do Papa Francisco, D. José Ornelas reforçou que a humanidade não se pode habituar à guerra, apelando a um mínimo de decência, justiça e humanização nos processos de conflito.

Recorde-se que a Comissão Nacional Justiça e Paz, organismo da Igreja Católica em Portugal, já havia condenado anteriormente os “crimes de guerra” na Faixa de Gaza, apelando à intervenção da comunidade internacional para a proteção dos direitos da população palestina.

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