Martin Scorsese produz filme com a última entrevista em profundidade do papa Francisco diante das câmeras

Parte do trabalho do grupo é a produção cinematográfica no âmbito da Iniciativa Aldeas, que une produção cinematográfica com educação e construção comunitária. O programa incentiva os participantes a criar curtas-metragens com roteiro que destaquem suas identidades e histórias.

O documentário mostrará curtas-metragens de participantes da Iniciativa Aldeas da Itália, da Gâmbia e da Indonésia.

A Aldeas Scholas Film e a Sikelia Productions de Scorsese anunciaram o documentário na quarta-feira (30). As duas produtoras disseram que o filme é “uma prova da crença duradoura de que a criatividade não é só um meio de expressão, mas um caminho para a esperança e a transformação”.

“Agora, mais do que nunca, precisamos conversar uns com os outros e ouvir uns aos outros de forma intercultural”, disse Scorsese. “Uma das melhores maneiras de conseguir isso é divulgar as histórias de quem somos, refletidas em nossas vidas e experiências pessoais. Isso nos ajuda a entender e valorizar a maneira como cada um de nós vê o mundo”.

“Era importante para o papa Francisco que as pessoas ao redor do mundo trocassem ideias com respeito e, ao mesmo tempo, preservassem sua identidade cultural, e o cinema é o melhor meio para fazer isso”, disse o cineasta.

Antes de morrer, o papa Francisco disse que Aldeas “é um projeto extremamente poético e muito construtivo porque vai às raízes do que é a vida humana, à sociabilidade humana, aos conflitos humanos… à essência da jornada de uma vida”.

A data de lançamento do filme não foi anunciada.

Depois da morte do papa Francisco, Scorsese disse que o papa era “um ser humano notável” à rede de televisão americana ABC News.

“Ele reconhecia suas próprias falhas. Ele irradiava sabedoria. Ele irradiava bondade. Ele tinha um compromisso inabalável com o bem. Ele sabia, em sua alma, que a ignorância era uma praga terrível para a humanidade. Por isso, ele nunca parou de aprender”, disse Scorsese.

“A perda para mim é profunda — tive a sorte de conhecê-lo e sentirei falta de sua presença e de seu calor. A perda para o mundo é imensa. Mas ele deixou uma luz, que jamais poderá ser apagada”, disse também o diretor.