Durante a conferência anual de 2025 da Sociedade de Cientistas Católicos, realizada em Washington, D.C., o professor de matemática e biologia da Universidade de Harvard, Martin Nowak, trouxe à discussão a relação entre a matemática e a fé.

Em sua apresentação, intitulada "A Matemática nos Leva a Deus?", Nowak argumentou que esta ciência pode ser vista como um caminho ou mesmo uma evidência para a existência divina.

Referindo-se aos escritos de Santo Agostinho, ele descreveu a matemática como um "objeto inteligível". A capacidade de julgar verdades matemáticas a partir de um critério interno reflete, segundo ele, a doutrina da iluminação divina, onde Deus age como o "mestre da alma".

Nowak enfatizou que a matemática não é material; é atemporal. Aceitar essa natureza, explicou, é um passo significativo para além do materialismo e do naturalismo, afastando-se de uma visão ateísta.

Para o professor de Harvard, a matemática oferece sentido e compreensão. "Experimentamos o mundo como sentido", disse ele, e para isso, precisamos de "objetos inteligíveis", de matemática.

Ele destacou a beleza da matemática, questionando sua origem. A resposta, para ele, reside na beleza de Deus. A matemática, sendo "o conjunto de todas as afirmações corretas", trata da Verdade com 'V' maiúsculo.

Nowak sugeriu que a exploração da matemática é interminável, semelhante à busca pelo conhecimento de um ser infinito, Deus. Ele acredita que a disciplina nos ajuda a lembrar que somos seres com uma dimensão eterna, não limitados apenas ao tempo e espaço.

Embora Deus transcenda qualquer descrição matemática, a matemática pode ser vista como relacionada aos pensamentos divinos.

A discussão sobre a matemática como via para a fé foi um dos pontos altos da conferência, ganhando relevância adicional devido à atenção recente sobre o fato de o Papa Leão XIV ter estudado matemática.