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24 de abr de 2025 às 16:06
“Foi um momento de grande oração, de grande entrega “, disse o padre Kayo Cerqueira de Paiva, da arquidiocese de Juiz de Fora (MG), depois de cinco horas na fila para rezar diante do corpo do papa Francisco na Basílica de São Pedro ontem (23). “Um momento de muita emoção que levaremos no coração”.
O padre Kayo viajou a Roma com cinco padres da arquidiocese de Juiz de Fora para uma peregrinação ao Vaticano por ocasião do Ano Jubilar. Com a morte do papa Francisco na segunda-feira (21), acabaram participando do velório de Francisco e testemunhando a praça de São Pedro lotada com os milhares de fiéis de todo o mundo.
“É um momento ímpar, um momento singular, triste para nossa Igreja, a morte do nosso pontífice, mas ao mesmo tempo de alegria por perceber que ela está viva, pulsa e ainda alcança muitos corações e mentes em todo o mundo”, disse o padre Elton Adriane, da arquidiocese de Juiz de Fora.
O corpo do papa chegou ontem (23) à basílica de São Pedro, que ficou aberta durante toda a noite para acolher a multidão de fiéis que formaram filas para se despedir. Hoje, às 5h30 (hora de Roma), a basílica foi fechada para limpeza e reabriu às 7h, retomando o recebimento dos devotos cujas filas contornam a praça de São Pedro.
Na longa espera para chegar perto do caixão do papa, o que mais chamou a atenção do padre Everaldo José Sales Borges, da arquidiocese de Juiz de Fora, foi a universalidade da Igreja. “É algo que toca a gente, emociona muito”, ver que “o Evangelho chegou ao coração das pessoas”.
“Quanto mais tarde foi ficando, próximo da meia-noite, já havia uma multidão para visitar”, contou ele.
Os padres rezaram o terço com senhoras de diferentes origens: uma italiana, uma argentina e uma ucraniana. “Rezamos o terço e, em cada mistério, a gente cantava um refrão de um canto brasileiro. Elas também rezaram e cantaram conosco”, contou o padre Everaldo.
A peregrinação incluiu a passagem pela Porta Santa das quatro basílicas papais, São Pedro, São João de Latrão, Santa Maria Maior e São Paulo Fora dos Muros.
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“Estou tendo a graça, juntamente com meus irmãos padres, de estar aqui em Roma, visitando as Portas Santas, fazendo essa experiência do Ano Jubilar”, disse o padre Ivair Carolino, da arquidiocese de Juiz de Fora. “Não estava no nosso roteiro participar deste funeral, o qual nos levou a ver a realidade de um pastor”.
“Passar perto do funeral de Francisco nos fez recordar toda a sua missão na Igreja, uma missão que foi, literalmente, o Evangelho posto em prática: o Evangelho da acolhida, da misericórdia, que se abre a todos, porque todos têm um lugar na casa do Pai, todos têm um lugar na Igreja”, disse.
“Estar aqui nestes dias rezando, peregrinando, renova em nossos corações o desejo cada vez maior de seguir e servir a Cristo na Igreja”, conclui o padre.
O padre Luis Fernando Alves Ferreira, da diocese de Itumbiara (GO), também esteve ontem na praça de São Pedro para o funeral de Francisco. Ele presenciou a transladação do caixão da Casa Santa Marta para a basílica de São Pedro.
Ele conta que enquanto esperava para rezar diante do caixão na basílica conversou com uma senhora que esteve na eleição de Francisco e agora estava lá junto com o seu marido chorando a morte do papa. Para ele, cantar os cantos, entoar o Pater Noster, a Ladainha teve um significado diferente ontem. “Era como ingressar na fila dos que iam junto com esquife”, disse.
“Hoje somos sua família reunida para dar-lhe nosso adeus e rezarmos por ele. É isso que nós católicos chamamos de comunhão dos santos”, disse o padre Luis. “Rezamos uns pelos outros diante de Deus e os que já estão no céu, rezam por nós aqui na terra”.
A exibição pública do corpo na basílica terminará amanhã (25) às 19h (14h no horário de Brasília), quando o caixão será selado antes do funeral. A missa de exéquias será no átrio da basílica de São Pedro no sábado (26), às 10h (5h em Brasília).