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18 de fev de 2025 às 15:14
“Não tenham medo de serem cancelados nas redes sociais, mas tenham medo de serem cancelados da vida eterna”, disse o bispo de Piracicaba (SP), dom Devair Araújo da Fonseca, aos 10,5 mil participantes do Summer Beats, evento católico que aconteceu no domingo (16), no parque de diversões Hopi Hari, em Vinhedo (SP).
Dom Devair celebrou a missa no parque e, em sua homilia, incentivou os presentes a testemunharem sua fé no mundo. “A revelação que nos foi transmitida não é uma ideia pessoal, não são valores de uma cultura, mas são valores eternos revelados pelo próprio Filho de Deus”, disse o bispo. “Tenham a coragem de dizer isso ao mundo, mesmo que isso desagrade as pessoas do mundo. Como se diz na linguagem de hoje, mesmo que vocês sejam cancelados”.
“Sejam fiéis ao ensinamento do Evangelho, é isso que nos levará à vida eterna e à convivência dos santos”, completou.
Essa foi uma edição especial do evento, o Summer Beats Origens 2025, dando início à comemoração dos 20 anos do festival. “O Summer Beats foi um evento que começou em parques de diversão. A primeira edição dele foi no Playcenter, em São Paulo, que era um parque muito famoso, mas que acabou fechando”, contou à ACI Digital o idealizador do festival, Antônio Cerqueira Júnior, mais conhecido como Júnior.
Para ele, “o parque de diversão também é uma maneira de atrair aquela juventude principalmente que não vai na igreja”. “O intuito principal do Summer é evangelizar o pessoal que está na igreja, mas evangelizar mais ainda quem está fora da igreja. Então, a maneira de atrair essas pessoas era o parque”, disse. A última edição do festival em um parque de diversões foi em 2016.
Segundo o site oficial do Summer Beats, com o tempo, o evento, que conta com vários shows e momentos de espiritualidade, “foi se tornando o maior festival católico do Brasil”. Em setembro de 2024, a edição que aconteceu no Campo de Marte, em São Paulo (SP), reuniu mais de 200 mil pessoas. “Esse feito marcou um novo capítulo na história do Summer Beats, consolidando-o como um dos maiores eventos de música católica do mundo”, diz o site.
Júnior ressaltou que não é possível comparar a edição de setembro de 2024 com o evento do último domingo, por suas características distintas. Além do local diferente, o do ano passado foi “gratuito”.
Nesta edição que abriu as comemorações dos 20 anos, a ideia foi proporcionar “uma experiência melhor para as pessoas”, para que pudessem “se divertir um pouco mais, ter mais conforto”. Júnior disse que, embora o parque tenha capacidade para cerca de 15 mil pessoas, optaram por limitar os ingressos a 10,5 mil, para que os participantes pudessem ir nos brinquedos, comer “sem tanta fila”. “Mesmo assim, já tinha fila de três horas nos brinquedos”.
Júnior disse que o estilo limitado desta edição também permitiu oferecer outra experiência aos participantes em relação aos shows. “Para eles poderem ter um show maior dos artistas”, porque “o Summer Beats grande é corrido, meia hora de show de cada um”.
Outro diferencial que Júnior disse ter observado no evento de domingo foi em relação ao público. “Diferente do evento de setembro, que é um público bem homogêneo”, com muitos jovens, desta vez, tinha “adolescentes, idosos, muitas crianças, muitas famílias” e muitas pessoas que participaram “pela primeira vez” do festival.
Além desse público, contou, viu também “muitos jovens, muitas jovens freiras, seminaristas, padres, no meio do parque”. E isso gerou grande “interação” entre eles, com os jovens “perguntando sobre vocação”.
Adoração surpresa, principal momento
Júnior contou que, para ele, o “principal momento” do Summer Beats Origens 2025 foi uma “adoração ao Santíssimo de surpresa” que fizeram no parque.
“Não divulgamos para ver a reação das pessoas. Eu falei: ‘bom, vamos ver se essa galera está ali mesmo na vibe de rezar’”, disse.
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Então, “pouquíssimas pessoas, apenas a equipe” do Summer Beats, começou com a procissão acompanhando um padre com o Santíssimo Sacramento. “Íamos desligando o som dos brinquedos em determinadas áreas em que o Santíssimo estava passando. E era muita reverência. O pessoal nas filas, todo mundo ajoelhando naquela reverência toda, todo mundo rezando”, contou.
Júnior disse que “foi uma adoração silenciosa, mas que todo mundo ali que estava no parque foi parando, rezando, ajoelhando. E foi todo mundo indo atrás” da procissão.
“Foi muito lindo, sabe? Eu considero essa edição uma edição histórica. Muita espiritualidade. Apesar de muitos jovens, muitos adolescentes, tivemos muita espiritualidade”, completou.
Ele chamou atenção também para a participação na missa. “Geralmente, em parque, você chega e vai correndo para garantir seu lugar na fila” dos brinquedos, disse. Por isso, os organizadores acreditavam que aconteceria o mesmo no Summer Beats e que “80% não iria comungar”.
“Mas, eu sempre sou precavido e disse: ‘gente, já que estamos percebendo uma movimentação diferente, vamos levar bastante Eucaristia. Se sobrar levamos para uma paróquia’”, contou. Segundo ele, “foi a nossa sorte, porque 80% do público foi para a missa”.
“Eu digo 80% porque naquele horário já tinha entrado 90% [dos participantes] e 10% não tinha entrado no parque ainda, ainda não tinha chegado. Então, a grande maioria esmagadora foi para a missa” e “ficou ali debaixo de um sol para cada um”, disse, ao ressaltar que no domingo “a temperatura era de uns 38, 39 graus”.
20 anos de Summer Beats
Segundo Júnior, nos 20 anos de história, o Summer Beats “já não é mais um festival de São Paulo, é um festival do Brasil” e os jovens “esperam o ano inteiro, se programam para vir neste festival”.
Ele contou que, no Hopi Hari, estava junto com dom Devair quando alguns jovens se aproximaram para conversar com o bispo, que perguntou “de onde eram”. “Olha, eu vim de Belo Horizonte. Olha, eu vim do Pará. Olha, eu vim do Rio Grande do Sul”, foram as respostas.
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Segundo o idealizador do festival, a organização trabalha para que o evento seja “um ‘Rock in Rio católico’, um evento grande, nesse nível”. “Fomos realmente buscar profissionalizar para atingir o jovem com uma qualidade superior, que hoje são grandes palcos, grandes estruturas e tudo mais que também faz parte da evangelização. O espetáculo também faz parte”, disse.
“Se os grandes festivais impressionam, também queremos impressionar. Só que além, fazemos isso de chamariz para atingir a juventude com oração, confissões, com momentos de adoração”, disse, destacando que “não é pelo tamanho” do evento, mas “pelo que entrega, pela qualidade de evangelização”.
Na comemoração dos 20 anos do Summer Beats, Júnior contou que a ideia é “voltar a fazer” eventos que faziam antes, como o Summer Night, “que é uma balada”, que retomarão “agora em maio”. Outra proposta é retomar “a conferência, que é mais voltada para a espiritualidade para os jovens, com pregações, adoração, e é um retiro mais fechado”.
Também haverá o Summer Beats no Campo de Marte, em São Paulo, aberto para todas as pessoas. A novidade é que “vão ser dois dias, sábado e domingo”, disse Júnior, ao revelar que estão vendo a possibilidade de que um desses dias “seja no Rio de Janeiro”.
Outro evento que está sendo preparado é o Summer Beach, que vai acontecer em uma praia de Santos (SP), “para a juventude do litoral”.
“Vamos comemorar bastante esses 20 anos”, completou.