Este artigo é o do site Aci Digital
Para ler o artigo original clique aqui!
8 de abr de 2025 às 15:40
Aos 103 anos, o bispo mexicano dom José de Jesús Sahagún de la Parra é uma testemunha viva da história da Igreja Católica. Ele é o bispo mais velho do mundo, ainda celebra missas e é um dos quatro bispos que participaram do concílio Vaticano II que ainda estão vivos.
Ele nasceu em Cotija, pequeno município de Michoacán, em 1922. Foi ordenado padre em 26 de maio de 1946.
Quinze anos depois de sua ordenação, José de Jesús Sahagun foi o primeiro bispo da então recém-criada diocese de Tula, no Estado de Hidalgo, nomeado por são João XXIII.
Em 1985 são João Paulo II nomeou-o bispo de Lázaro Cárdenas, também recém-criada.
Ele voltou à sua terra natal em Michoacán onde ficou até 1993.
Desde então, o bispo tem vivido em uma casa de religiosas em Michoacán.
O “grande construtor”
Para dom José Antonio Fernández Hurtado, atual arcebispo de Tlalnepantla; dom Jesús Sahagún de la Parra, que o ordenou padre em Tula, foi um “grande construtor”.
Dom Sahagún de la Parra chegou a Tula em 27 de fevereiro de 1961. A diocese recém-erigida estava em seus estágios iniciais, nos quais, segundo dom Fernández Hurtado, “não havia evangelização e, portanto, não havia vocações nativas”.
Receba as principais de ACI Digital por WhatsApp e Telegram
Está cada vez mais difícil ver notícias católicas nas redes sociais. Inscreva-se hoje mesmo em nossos canais gratuitos:
No entanto, sua visão e esforço transformaram a região, sendo responsável pela construção do Seminário Maior “El Huerto“, em que começou a dar aulas em 1964. Esse centro também recebeu alunos do Seminário Montezuma, no Novo México, quando fechou suas portas em 1972.
Além de seu trabalho educativo, dom Sahagún de la Parra dedicou-se a vários projetos sociais que ele mesmo financiou. Dom Fernández Hurtado diz que na região do Vale do Mezquital, onde as pessoas viviam “precariamente em jacales (cabanas humildes)”, promoveu a construção de pequenas casas para que pudessem viver com dignidade.
“Ele também encorajou os seminaristas a se envolverem nessas obras. Íamos ajudar os pedreiros (…) e à tarde dávamos catecismo”, diz dom Hurtado.
Etapa do Concílio
Em 1962, o papa são João XXIII convocou o Concílio Vaticano II. Dom Jesús Sahagún de la Parra, com apenas um ano como bispo, participou de três das quatro sessões do concílio, que começou em 11 de outubro de 1962 na basílica de São Pedro diante de mais de dois mil padres conciliares de todo o mundo.
São poucos os registros da participação de dom Sahagún de la Parra. Em seu livro Diocese de Tula: Notas sobre seus primeiros 25 anos, ele fala de sua experiência no Concílio como “um acúmulo de experiências de vida”.
Só três padres conciliares ainda estão vivos, além de dom Sahagún de la Parra: dom Victorinus Youn Kong-hi, arcebispo emérito de Gwangju, Coreia do Sul; dom Daniel Verstraete, bispo emérito de Klerksdorp, África do Sul, ambos com 100 anos; e o cardeal nigeriano dom Francis Arinze, prefeito emérito da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos da Santa Sé, com 92 anos.
A Eucaristia, centro da sua vida
Hoje, o bispo não dá entrevistas e nem recebe visitas. Mas as freiras que cuidam dele dizem que o bispo “celebra a missa diariamente” e essa “é uma das razões que o mantêm forte, feliz”.