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21 de abr de 2025 às 17:18
O arcebispo de Porto Alegre, cardeal Jaime Spengler, presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), disse que “o legado” deixado pelo papa Francisco, que morreu hoje (21) no Vaticano, “não pode morrer”. Dom Jaime foi o último brasileiro criado cardeal pelo papa Francisco, em dezembro de 2024, e é um dos sete cardeais do Brasil aptos a se tornar papa no próximo conclave.
“Atenção dele pelos mais fragilizados, pela questão da paz. Foi ele que trouxe para a linguagem internacional a ideia de que nós estamos vivendo uma 3ª Guerra Mundial aos pedaços”, disse dom Jaime ao G1.
Dom Jaime esteve com o papa Francisco em fevereiro deste ano, em visita junto com a presidência da CNBB, uma semana antes do papa ser internado no Hospital Policlínico Agostino Gemelli de Roma, onde ficou por 38 dias em tratamento contra uma pneumonia bilateral.
“Quando nos aproximamos, dava para perceber e ouvir o ‘peito chiando’. Uma bronquite muito forte, muito intensa. Nós tínhamos previsto uma meia hora de diálogo com ele. A conversa se alongou por mais de uma hora. Mesmo com aquela dificuldade, ele queria saber de tudo e de todos”, disse o cardeal Spengler ao recordar o último encontro com Francisco.
Cardeais brasileiros que votam no conclave
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Os cardeais eleitores, ou seja, que votam e podem ser votados para papa no conclave, são aqueles com menos de 80 anos. Entre os brasileiros, além de dom Jaime Spengler, 64 anos, há outros seis: cardeal João Braz de Aviz, 77 anos, prefeito emérito do dicastério para os Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica; cardeal Odilo Scherer, 75 anos, arcebispo de São Paulo (SP); cardeal Orani Tempesta, 74 anos, arcebispo do Rio de Janeiro (RJ); cardeal Leonardo Steiner, 74 anos, arcebispo de Manaus (AM); cardeal Sérgio da Rocha, 65 anos, arcebispo de Salvador (BA) e primaz do Brasil; e cardeal Paulo Cezar Costa, 57 anos, arcebispo de Brasília (DF).
Dom Jaime é apontado como candidato por alguns vaticanistas, mas disse que não pensa em ser eleito papa. “O meu desejo é voltar para casa o mais rápido possível depois do conclave”, afirmou.
Sem “Francisco II”
Em entrevista coletiva hoje, o arcebispo de São Paulo, cardeal Odilo Scherer, disse não ter a expectativa de que o novo papa seja um “Francisco II”.
“O próximo papa será uma pessoa humana, não um robô. Portanto, vai governar a Igreja com seu jeito, seu caráter, sua personalidade, sua capacidade humana”, disse, ao pedir que “estejamos abertos para acolher a figura do novo papa”.