O papa Leão XIV participou na manhã de hoje (10) do segundo compromisso do seu novo pontificado: uma reunião com os cardeais na Sala Nova do Sínodo, local onde foram realizadas as congregações gerais nos dias que antecederam o conclave em que foi eleito.
Antes de iniciar o seu discurso aos cardeais - ainda em Roma à espera da missa de inauguração do pontificado, no dia 18 de maio - o papa convidou-os a juntarem-se a ele em oração, e rezou em latim um Pai-Nosso e uma Ave-Maria.
Além disso, disse aos cardeais que, depois do seu discurso, estaria pronto a ouvir qualquer conselho ou sugestão. Uma clara demonstração de sua abertura ao diálogo e da atitude receptiva que caracteriza o papa Leão XIV.
O apoio dos cardeais, conforto diante do “fardo” que supera qualquer força
Leão XIV começou o seu discurso agradecendo aos cardeais pelo trabalho desenvolvido durante o período que antecedeu a sua eleição, marcado por dias “dolorosos pela perda do papa Francisco”, mas, "ao mesmo tempo, ricos de graça e consolação no Espírito".
Ele também destacou o papel dos cardeais como "colaboradores próximos do papa", e disse: “Isto é de grande conforto para mim, que aceitei um fardo claramente muito superior às minhas forças, assim como o seria para qualquer outra pessoa. A vossa presença recorda-me que o Senhor, tendo-me confiado esta missão, não me deixa sozinho a carregar tal responsabilidade.
“Sei, primeiramente, que posso contar sempre – sempre! – com a vossa ajuda, com a ajuda do Senhor, e, pela sua Graça e Providência, com a vossa proximidade e a de tantos irmãos e irmãs que, em todo o mundo, acreditam em Deus, amam a Igreja e apoiam o Vigário de Cristo com a oração e as boas obras", disse.
O papa agradeceu em particular o trabalho desenvolvido durante estes dias pelo cardeal decano, Giovanni Battista Re - para quem também pediu um aplauso -, bem como o “precioso e árduo papel que desempenhou durante o tempo da Sede Vacante e da convocação do conclave”, o camerlengo, o cardeal Kevin Farrell. Ele também citou os cardeais que não puderam estar presentes por motivo de doença.
Encontro do papa Leão XIV com os cardeais na nova Sala do Sínodo hoje (10). Vatican Media
Um “indigno” sucessor de são Pedro
Em seguida, convidou os cardeais a olharem "juntos para a partida” do papa Francisco e para o conclave “como um acontecimento pascal", que, “ao mesmo tempo triste e alegre” é "providencialmente envolto pela luz da Páscoa"
E declarou: “O papa, começando por são Pedro até mim, seu indigno sucessor, é um humilde servo de Deus e dos irmãos, nada mais do que isso".
Como exemplo disso, citou o papa Francisco, “com o seu estilo de total dedicação ao serviço e sobriedade essencial na vida, de abandono em Deus no tempo da missão e de serena confiança no momento da partida para a Casa do Pai".
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"É o Ressuscitado, presente no meio de nós, que protege e guia a Igreja e que continua a reavivá-la na esperança, através do amor", destacou.
Aos cardeais, ressaltou a importância de serem “ouvintes dóceis” da voz do Espírito Santo e “ministros fiéis dos seus desígnios de salvação, recordando que Deus gosta de se comunicar, mais do que no estrondo do trovão e do terremoto, no 'murmúrio de uma brisa suave'”.
O papa Leão XIV disse ainda que durante estes dias experimentou “a beleza” e "a força desta imensa comunidade”, reflexo da “verdadeira grandeza da Igreja, que vive na variedade dos seus membros unidos à única Cabeça, que é Cristo, 'Pastor e Guarda' das nossas almas".
A Igreja, para Leão XIV, “é o ventre onde também nós fomos gerados e, ao mesmo tempo, o rebanho, o campo que nos foi dado para que o cuidemos e cultivemos, o alimentemos com os Sacramentos da salvação e o fecundemos com a semente da Palavra, para que, firme na concórdia e entusiasta na missão, caminhe, como outrora os israelitas no deserto, à sombra da nuvem e à luz da chama de Deus”.
E convidou os cardeais a renovar a sua “plena adesão a este caminho, que a Igreja universal percorre há décadas na esteira do Concílio Vaticano II”.
Em seguida, citou a exortação apostólica Evangelii gaudium, do papa Francisco, destacando de modo particular a sua proposta de "conversão missionária de toda a comunidade cristã; o crescimento na colegialidade e na sinodalidade; a atenção ao sensus fidei, especialmente nas suas formas mais próprias e inclusivas, como a piedade popular; o cuidado amoroso com os marginalizados e os excluídos ; o diálogo corajoso e confiante com o mundo contemporâneo nas suas várias componentes e realidades"
“Trata-se de princípios do Evangelho que sempre animaram e inspiraram a vida e o agir da Família de Deus , valores através dos quais o rosto misericordioso do Pai se revelou e continua a revelar-se no Filho feito homem, última esperança de quem procura com sinceridade a verdade, a justiça, a paz e a fraternidade”.
Porque escolheu o nome Leão XIV?
Depois, explicou o motivo principal que o levou a adotar o nome Leão XIV:
“Justamente por me sentir chamado a seguir nessa linha, pensei em adotar o nome de Leão XIV. Na verdade, são várias as razões, mas a principal é porque o papa Leão XIII, com a histórica Encíclica Rerum novarum, abordou a questão social no contexto da primeira grande revolução industrial; e, hoje, a Igreja oferece a todos a riqueza de sua doutrina social para responder a outra revolução industrial e aos desenvolvimentos da inteligência artificial, que trazem novos desafios para a defesa da dignidade humana, da justiça e do trabalho”.
Leão XIV concluiu o seu discurso hoje recordando as palavras de são Paulo VI no início do seu ministério petrino em 1963:
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“Passe pelo mundo inteiro, como uma grande chama de fé e de amor que inflame todos os homens de boa vontade, ilumine os caminhos da colaboração recíproca e atraia sobre a humanidade, agora e sempre, a abundância das divinas complacências, a própria força de Deus, sem a ajuda de quem nada é válido, nada é santo”.
Almudena Martínez-Bordiú é uma jornalista espanhola correspondente da ACI Prensa, agência em espanhol do grupo ACI, em Roma e no Vaticano, com quatro anos de experiência em informação religiosa.
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