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30 de abr de 2025 às 16:35
O arcebispo de Yangon, Mianmar, cardeal Charles Bo, disse à CNA, agência em inglês da EWTN, que pretende fazer os seguintes comentários nas congregações-gerais antes do conclave, previsto para começar em 7 de maio, para eleger um novo papa:
“Estamos numa encruzilhada da história.
Pelas planícies devastadas de Gaza, pelas cidades devastadas da Ucrânia, pelos gritos silenciosos de Mianmar e dos campos arrasados da África, o mundo clama por paz. Este não é um momento para hesitação — uma verdadeira homenagem ao papa Francisco é buscar a paz sem hesitação.
Recordamos com reverência trêmula como o papa Francisco, frágil mas feroz, ajoelhou-se diante dos líderes do Sudão do Sul, implorando pela paz com a urgência de um pai por seus filhos feridos. Aquele momento tornou-se um sermão mais forte do que quaisquer palavras, uma proclamação de que a verdadeira liderança flui da humildade, não da dominação. Sua voz não era um cálculo político — era um clamor do coração de Cristo.
No entanto, as tempestades rugem ainda mais ferozmente. Hoje, seis grandes guerras e cerca de 20 conflitos menores continuam a matar milhares e a deslocar milhões de pessoas. É um vale de lágrimas que atravessa muitas nações. Ninguém consegue escapar da maquinaria do ódio.
Neste exato momento, cerca de 13 mil armas nucleares permanecem armadas e prontas o suficiente para destruir a civilização humana várias vezes. Um único momento de loucura, uma única centelha de ódio poderia desencadear um holocausto nuclear, transformando cidades em cinzas, rios em veneno e o céu em escuridão.
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Enquanto isso, o aquecimento global devasta nossa casa comum. As colheitas murcham, os rios secam, as geleiras derretem e a própria Terra geme de angústia. Cientistas alertam que as guerras de amanhã podem não ser travadas pelo petróleo, mas pela água — o próprio sangue da vida.
Precisamos de uma voz! Uma voz que evangelize os corações endurecidos daqueles que ameaçam a própria sobrevivência da humanidade e da natureza. Uma voz que chame a humanidade de volta da beira da destruição!
De fato, o próximo papa nutrirá a fé católica e conduzirá a Igreja a um encontro mais profundo com Jesus e sua missão trinitária de amor na Terra. Mas a Encarnação clama hoje: precisamos renovar e fortalecer os instrumentos da paz — as Nações Unidas, os tribunais internacionais e os acordos humanitários. No entanto, essas estruturas são inertes sem o sopro da autoridade moral.
As religiões devem se unir numa causa comum para salvar a humanidade. O mundo precisa urgentemente de um novo sopro de esperança — uma jornada sinodal que escolha a vida em vez da morte, a esperança em vez do desespero.
“O próximo papa deve ser esse sopro!”