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26 de fev de 2025 às 15:37
O papa Francisco teve, na segunda-feira (24) à tarde, uma breve reunião de trabalho com seus dois principais colaboradores em seu quarto no décimo andar do Hospital Policlínico Gemelli, onde está internado há treze dias.
O papa recebeu o secretário de Estado da Santa Sé, cardeal Pietro Parolin, e o substituto para Assuntos Gerais da Secretaria de Estado, dom Edgar Peña Parra, que lhe levaram os autos de vários decretos para ele assinar e dar sua aprovação.
Além de autorizar os decretos de cinco servos de Deus e aprovar a canonização do beato venezuelano José Gregorio Hernández e do beato italiano Bartolo Longo, Francisco convocou um consistório. Ou seja, uma reunião de cardeais sem que a Santa Sé tenha divulgado mais detalhes sobre a data em que vai ocorrer.
Isso vai depender principalmente da saída do papa do hospital.
A convocação de um consistório para tratar esse tipo de assunto não é excepcional. Em 1º de julho do ano passado, o papa Francisco reuniu os cardeais residentes ou presentes em Roma naquele dia para discutir as causas de alguns futuros santos, como a do jovem italiano Carlo Acutis e a dos onze mártires de Damasco mortos em 1860 na capital síria.
Na ocasião, Francisco também aproveitou a reunião de alto nível para elevar três cardeais diáconos à categoria de “cardeais-sacerdotes”: James Michael Harvey, Lorenzo Baldisseri e Gerhard Ludwig Müller, prefeito emérito da Congregação (atual Dicastério) para a Doutrina da Fé da Santa Sé.
Consistórios ordinários e extraordinários
As reuniões de cardeais, conhecidas como consistórios públicos ordinários, também podem ser convocadas pelo papa por outros motivos.
Segundo definido no Código de Direito Canônico, o papa pode abordar nelas “certos assuntos importantes, em regra ocasionais, ou para a realização de alguns atos soleníssimos”.
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Entre os diferentes tópicos que podem ser discutidos nessas reuniões estão, por exemplo, a criação de novos cardeais ou a reflexão sobre um tema concreto.
Desde o início do pontificado do papa Francisco, que completará 12 anos em março, consistórios públicos ordinários são feitos uma ou duas vezes por ano.
No entanto, essas reuniões podem ser palco de anúncios mais importantes. O papa Bento XVI anunciou sua renúncia em 11 de fevereiro de 2013 num consistório público ordinário.
Os consistórios ordinários também podem ser secretos, ou seja, feitos a portas fechadas e sem a presença de jornalistas.
Nesse caso, o papa pode reunir os cardeais da Cúria Romana num consistório no qual a ordem do dia não é revelada, ou só é parcialmente divulgada, como foi o caso do primeiro consistório convocado pelo papa Bento XVI em março de 2006.
Por fim, o papa Francisco também pode convocar um consistório extraordinário, que “se celebra quando as necessidades peculiares da Igreja ou assuntos mais importantes o aconselharem”. Segundo o cânon 353 do Código de Direito Canônico, “são convocados todos os cardeais”.
Se for esse o caso, a reunião aconteceria a portas fechadas.
São João Paulo II convocou seis consistórios extraordinários em seu pontificado, mas o papa Francisco só usou esse método uma vez, em fevereiro de 2014, pouco antes de convocar o Sínodo sobre a Família.