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25 de abr de 2025 às 17:04
Imagine que seu celular toca e o visor diz que a chamada é de um “número privado”. Você espera que seja um operador de telemarketing. Mas, ao atender, ouve um homem com sotaque argentino dizendo: “Aqui é Francisco. Recebi sua carta”.
Esse telefonema aconteceu com Daniel Ibáñez, fotógrafo no Vaticano da EWTN News, numa manhã comum de um dia de semana em dezembro de 2018.
“Fiquei praticamente paralisado, porque estava falando com o papa”, disse Ibañez à CNA, agência em inglês da EWTN.
“Ele disse: Gostaria de convidá-lo para a missa na Casa Santa Marta em 20 de dezembro de 2018, que será a última que celebrarei publicamente no Vaticano” antes do Natal.
Ibáñez tinha enviado uma carta ao papa Francisco dois meses antes, em outubro de 2018, contando-lhe sobre sua experiência como um jovem católico de Palência, Espanha, vivendo e trabalhando na Itália como fotógrafo para uma organização de mídia católica.
Ele disse também querer ter a oportunidade de ver o papa Francisco como um católico comum, já que Ibáñez está sempre fotografando missas e eventos papais.
Ibáñez, na época com 27 anos, disse que ficou tocado e surpreso que, na conversa telefônica, que durou cerca de cinco minutos, o papa Francisco pediu perdão por não ter respondido à sua carta antes.
O papa também lhe deu instruções sobre o que fazer em dois dias para participar da missa privada na casa de hóspedes do Vaticano.
“Ele repetiu o que eu deveria fazer quatro vezes, como um avô. Porque eu não estava entendendo. Meu cérebro estava realmente congelado… Eu estava falando com o papa no meu celular!”, disse Ibáñez.
Em 20 de dezembro de 2018, o fotógrafo passou por toda a segurança para chegar à capela da Casa Santa Marta. Ele disse que inicialmente se sentou bem no fundo da capela, mas padres o fizeram ir para a frente: “Do ponto de vista fotográfico, o melhor lugar”.
Ibañez disse que se lembra de uma parte da homilia do papa Francisco naquele dia em particular: “Deus entra na história e faz isso em seu estilo original: uma surpresa. O Deus das surpresas, nos surpreende”.
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Depois da missa, o papa cumprimentou cada um individualmente. Ibáñez se apresentou como fotógrafo da EWTN e entregou a Francisco duas fotos que tirou dele.
Ele também entregou ao papa algumas cartas de amigos e familiares, entre elas uma de uma jovem que escreveu sobre seu tio idoso, um padre aposentado na Espanha. O papa Francisco telefonou para esse padre alguns meses depois e conversou com ele por cerca de uma hora.
Ibañez também contou ao papa sobre sua amiga; com marido e filhos, diagnosticada com câncer terminal alguns dias antes. Francisco colocou a mão sobre a foto da mulher e permaneceu em silêncio por alguns segundos. Naquele momento, “senti que ele é uma pessoa muito empática, que escuta”, disse o fotógrafo.
Então, antes que o papa fosse embora, Ibáñez perguntou se poderia lhe dar um abraço, e os dois se abraçaram.
Ibáñez é o mais jovem fotógrafo com credenciamento completo pela Santa Sé e o único da Espanha. Ele disse que foi a Roma originalmente para estudar, mas que se identifica com as palavras de são Josemaria Escrivá, que diz para “sonhar e seus sonhos serão frustrados”.
Ele esperava ficar em Roma só seis meses, mas, na verdade, já está na cidade há cerca de 12 anos, disse o fotógrafo à CNA.
“Este trabalho é lindo, mesmo que seja um pouco cansativo. Mas sou católico e, acima de tudo, é uma honra fazer este trabalho”, disse Ibáñez.
“É verdade que o lado negativo é que [o papa Francisco] é uma pessoa que nunca se cansa. Então, se você segue o papa, a agenda do papa é muito complicada, muito complexa também. Ou seja, trabalhar aos domingos e feriados…”
Ibáñez criou um calendário de parede para o ano de 2020 com suas fotos. Cada mês exibe uma foto de página inteira que ele tirou no Vaticano, em Roma ou em outros lugares importantes para o catolicismo, como a Terra Santa e o Santuário de Nossa Senhora em Fátima.
Ibáñez disse que o calendário é uma maneira de ajudar as pessoas a verem o Vaticano e a Igreja de suas casas.
“É uma forma de tornar esses lugares presentes nas casas das famílias americanas”, disse o fotógrafo.