A Sé da Guarda acolheu este domingo a cerimónia de ordenação diaconal de Ricardo Bernardes, presidida por D. José Miguel Pereira, bispo diocesano.

Durante a homilia, o bispo da Guarda apresentou o diaconado primariamente como uma “vocação de vida”, um modo concreto de viver o discipulado de Jesus. Segundo D. José Miguel, esta ordem sublinha aquilo que é comum a todos os fiéis: ser povo de Deus, discípulo missionário em comunhão.

D. José Miguel Pereira referiu-se também ao diaconado como um sacramento, uma manifestação do mistério do amor divino em Jesus Cristo. Sublinhou que o diácono não aponta para si mesmo, mas convida a olhar para o Senhor e a reconhecer a sua misericórdia. A consagração diaconal, explicou, torna o indivíduo sinal e instrumento desta misericórdia.

Uma terceira perspetiva abordada foi a de que o diaconado é uma vocação ministerial, cujo foco deve estar nas necessidades do Reino de Deus e não na realização pessoal do ordenado. O bispo alertou que este ministério exige a disposição para “perder a vida” e renunciar a projetos pessoais em prol do serviço, afirmando que não se é diácono por vontade própria, mas pelo chamamento da Igreja em nome de Deus.

Dirigindo-se a Ricardo Bernardes, natural do Brasil, D. José Miguel Pereira recordou que a unção o habilita para a piedade e a súplica, estando enraizado na condição de filho de Deus e chamado a interceder pelo povo. O bispo rezou por Ricardo Bernardes e por novas vocações.

Ricardo Bernardes, que chegou a Portugal em 2019 e estudou em Braga, partilhou o seu compromisso de renovar diariamente o desejo de servir a Igreja e a missão, descrevendo o chamamento de Jesus como “desafiante e ao mesmo tempo encantador”. Considera Manteigas a sua terra adotiva em Portugal.