10 de out de 2024 às 12:53
Um relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre a violência contra mulheres e meninas nos esportes defendeu na terça-feira (8) espaços para mulheres, ao pedir esportes separados para homens que se identificam com o sexo oposto.
A relatora especial da ONU sobre violência contra mulheres e meninas exigiu, numa apresentação do relatório na terça-feira (8), que os países-membros preservem os espaços femininos, ao dizer que a supressão de testosterona para atletas masculinos “não eliminará o conjunto de vantagens de desempenho comparativo que eles já adquiriram”.
“Atletas do sexo masculino têm atributos específicos considerados vantajosos em certos esportes, como força e níveis de testosterona mais altos do que a média feminina, mesmo antes da puberdade, resultando na perda de oportunidades justas”, diz o relatório.
O relatório falou sobre “uma invasão crescente de espaços exclusivos para mulheres nos esportes”, ao dizer que as divisões exclusivas para mulheres nos esportes garantem “oportunidades iguais, justas e seguras nos esportes” para as atletas.
May Mailman, diretora do Independent Women’s Law Center, grupo que defende os direitos e espaços das mulheres, disse que a declaração foi encorajadora, embora ela tenha notado que foi feita só por um ramo da “organização difícil de manejar”.
“Estamos animados com o reconhecimento do óbvio: que as mulheres merecem esportes. Isso deveria envergonhar as muitas organizações nos EUA que falham em fazer o mesmo”, disse Mailman à CNA, agência em inglês da EWTN News. “Mas isso não torna a ONU em geral uma organização razoável. Há muitas falhas para citar, incluindo que a ONU Mulheres parece se importar pouco com os estupros, assassinatos e sequestros de mulheres israelenses.”
O gabinete da relatora especial da ONU sobre Direitos das Mulheres, desde que foi criado em 1994, aborda a violência doméstica, o tráfico, a migração, os conflitos armados, o HIV/AIDS, a violência contra as mulheres e também defende o aborto sob o pretexto de “direitos reprodutivos”. O secretário de Estado da Santa Sé, cardeal Pietro Parolin, recentemente criticou a ONU por promover o aborto e a ideologia de gênero.
As atletas mulheres são “mais vulneráveis a sofrer lesões físicas graves quando espaços esportivos exclusivos para mulheres são abertos para homens, conforme documentado em disciplinas como vôlei, basquete e futebol”, diz o relatório, ao citar casos de lesões graves que vão desde dentes arrancados e pernas quebradas até fraturas no crânio e comprometimento neurológico por concussões.
McNabb tem danos cerebrais, paralisia no lado direito e tem dificuldade para andar sem cair.
“Se os líderes nos EUA se importam com o tratamento das mulheres como a relatora especial sobre violência contra mulheres e meninas se importa, então isso deveria dar a eles cobertura para finalmente fazer o que é certo pelas mulheres”, disse Mailman à CNA, ao referir-se ao relatório da ONU.
Receba as principais de ACI Digital por WhatsApp e Telegram
Está cada vez mais difícil ver notícias católicas nas redes sociais. Inscreva-se hoje mesmo em nossos canais gratuitos:
O relatório da ONU falou sobre o perigo da agressão sexual ao abrir vestiários femininos para homens, ao dizer que isso poderia “aumentar o risco de assédio sexual, agressão, voyeurismo e ataques físicos e sexuais em vestiários e banheiros unissex”.
“Atletas femininas também supostamente sofrem disseminação forçada de imagens sexuais não consensuais offline e online e com exibicionismo, inclusive como resultado da falha em manter vestiários separados por sexo”, diz o relatório.
Violar espaços exclusivos para mulheres pode não só afetar negativamente “a saúde mental e o senso de segurança pessoal” das mulheres no esporte, diz o relatório, mas também pode “prejudicar sua imagem pública e ter repercussões de longo prazo na carreira”.
Liberdade de expressão
A inclusão de homens nos esportes femininos resultou na perseguição de mulheres que se defendem, diz o relatório da ONU.
Assine aqui a nossa newsletter diária
Mulheres que se manifestam contra os perigos dos homens em espaços femininos são frequentemente tratadas injustamente, “acusadas de intolerância, suspensas de times esportivos e sujeitas a ordens de restrição, expulsão, difamação e processos disciplinares injustos”, diz o relatório.
Mailman disse que muitos líderes deixaram que xingamentos “superassem seu dever de promover justiça, segurança e igualdade”.
“Os líderes dos EUA demonstraram tremenda covardia ao defender as mulheres porque não querem ser chamados de antitrans”, diz Mailman.
“Quanto mais pessoas mostrarem como fazer a coisa certa, mais os seguidores poderão finalmente fazer o mesmo”, continuou ela.
Proteger os espaços das mulheres “não resulta automaticamente na exclusão de pessoas transgênero dos esportes”, diz o relatório.
Mailman diz que “a solução não é dissolver os esportes femininos, mas criar uma categoria aberta ou tornar a categoria masculina uma categoria aberta”.