Papa diz a católicos da Indonésia que anunciem a ‘alegria de encontrar Cristo’

Centenas de irmãs religiosas dentro da catedral aplaudiram quando o papa Francisco entrou. A irmã Aurelia, que entrou na vida religiosa há cinco anos na Indonésia com a congregação das Irmãs de Notre Dame, disse que poderia morrer feliz se tivesse a chance de conhecer o papa.

“Estou muito animada… Eu quero chorar na verdade”, disse a irmã. “Se eu o encontrar… Jesus, pode me chamar agora.”

Na catedral, um padre, uma freira e dois catequistas deram testemunhos com o papa, ao refletir sobre as alegrias e dificuldades de servir em um país diversificado, onde os católicos são apenas uma pequena minoria.

A irmã Rina Rosalina falou com o papa sobre o desafio de ministrar num país onde se falam mais de 700 idiomas.

“Infelizmente, devido à distância e às barreiras linguísticas, às vezes temos dificuldades em estudar os documentos emitidos de Roma. Apesar dos esforços de nossos bispos, as traduções podem levar muito tempo e, mesmo quando são concluídas, a aprovação dessas traduções leva seu tempo em Roma”, disse a irmã.

“Chamamos sua atenção para isso, Santo Padre, para que nós, neste país distante, possamos estar mais perfeitamente unidos e em harmonia com a Igreja universal”.

O papa, de 87 anos de idade, parecia cheio de energia enquanto brincava alegremente e respondia a cada um dos testemunhos em seu primeiro dia de aparições públicas em sua turnê de 11 dias por quatro países do sudeste da Ásia e Oceania.

“A longa jornada deve ter sido cansativa, mas estamos felizes por você estar aqui conosco”, disse ao papa o bispo de Bandung, Indonésia, dom Antonius Subianto Bunjamin, presidente da Conferência Episcopal da Indonésia.

“Sua presença traz esperança não apenas para a comunidade católica indonésia… mas também para a diversificada nação indonésia composta por aproximadamente 1,3 mil grupos étnicos e povos”.

Em seu discurso, o papa Francisco elogiou os esforços de caridade da Igreja local e falou sobre a importância de ter compaixão pelo próximo.

“A compaixão não obscurece a verdadeira visão da vida. Pelo contrário, nos faz ver melhor as coisas, à luz do amor”, disse ele.

A congregação das Irmãs de Notre Dame, que administra escolas, hospitais e orfanatos nas muitas ilhas da Indonésia, trouxe mais de 100 membros a Jacarta para ver o papa.

Enquanto católicos ansiosos esperavam do lado de fora da catedral por horas para cumprimentar o papa, o som do chamado muçulmano para a oração podia ser ouvido vindo da mesquita de Istiqlal, do outro lado da rua, onde o papa Francisco vai participar amanhã (5) de um encontro inter-religioso com o grande imã Nasaruddin Umar no país que abriga 242 milhões de muçulmanos.

Baso Darmawan, católico de Bogor, Indonésia, disse à CNA que viver ao lado de seus vizinhos muçulmanos também pode ser um lembrete diário da fé.

“Com os muçulmanos rezando cinco vezes ao dia, às vezes eu uso o chamado de oração como um lembrete para rezar o Ângelus ou o Ofício das Horas, porque o tempo é semelhante ao nosso tempo para orar”, disse Darmawan.

A Igreja na Indonésia, embora represente uma minoria que compõe cerca de 3% da população, ainda tem 8,3 milhões de membros. Segundo as últimas estatísticas da Santa Sé, a Igreja é sustentada por 5.903 padres, 50 bispos, 9.658 irmãs religiosas e 14.724 missionários leigos. A Igreja também nutre seus futuros líderes, com 4.024 seminaristas maiores e 3.945 seminaristas menores atualmente em treinamento.

O padre Thomas Ulun Ismoyo, vice-secretário da arquidiocese de Jacarta, descreveu a Igreja na Indonésia como vibrante.

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“Se você vier visitar as igrejas católicas da Indonésia no domingo, a Igreja está lotada. As pessoas vêm à Igreja não apenas no domingo”, disse ele, mas também estão muito envolvidas em atividades religiosas em suas paróquias.

 

 

 A reunião do papa Francisco na catedral terminou com uma oração da Ave Maria, seguida pelo papa dando sua bênção à congregação. Antes de partir, o papa Francisco visitou brevemente a praça adjacente à catedral, onde abençoou os fiéis ali reunidos.

“Queridos irmãos e irmãs, gostaria de concluir essas reflexões repetindo o que São João Paulo II disse ao se dirigir a bispos, clérigos e religiosos durante sua visita aqui há várias décadas”, disse o papa Francisco aos católicos locais.

Francisco falou sobre como são João Paulo II citou o salmo 96, “Alegrem-se as muitas ilhas”, durante sua visita em 1989 e convidou os católicos indonésios a colocá-lo em prática, “testemunhando a alegria da Ressurreição e dando a vida para que mesmo as ilhas mais distantes possam ‘alegrar-se’ ao ouvir o Evangelho, do qual vocês são autênticos pregadores, professores e testemunhas.’ “