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25 de abr de 2025 às 14:31
O padre jesuíta Arturo Sosa, superior geral da Companhia de Jesus, falou sobre Francisco, o primeiro papa jesuíta, em entrevista coletiva ontem (24), dizendo que Francisco “não buscou agradar a todos” ou se medir por um índice de popularidade.
“Quando escolheu ser discípulo de Jesus, sua profunda motivação na vida foi colocar a vontade de Deus em prática”, disse Sosa, chamando o papa de “um homem de oração, que pedia orações para tomar decisões de acordo com a vontade de Deus”.
Na entrevista coletiva, que ocorreu na cúria geral dos jesuítas em Roma, Sosa também respondeu a uma pergunta sobre quais qualidades são necessárias no próximo papa. “Sem dúvida, estamos procurando outro homem de Deus”, disse ele.
“E depois disso, para mim, é importante ter um papa com uma visão universal”, disse também o padre, fazendo uma distinção com o que chamou de “visão internacional”.
O superior jesuíta defendeu Francisco de acusações de que o papa argentino causou controvérsia — como com a Fiducia supplicans, declaração da Santa Sé sobre bênçãos de uniões homossexuais — ou falhou em algumas áreas ao dizer que o papa não era a fonte dos problemas na Igreja, mas herdou problemas que já estavam lá.
“O papa Francisco ajudou a colocar as diferenças de posições na mesa” e estimulou o diálogo, disse Sosa, enfatizando que o papa queria ouvir a todos.
“Não penso no papa Francisco como um reformador. Penso nele como alguém que deu continuidade à reforma que a Igreja sempre fez”, disse o padre.
Sobre o histórico de Francisco em casos de abuso, Sosa disse que o papa “sempre reconheceu suas limitações, seus erros e sua lentidão” em responder aos casos.
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“Não se trata de dar ao papa Francisco uma medalha ou uma nota, mas de aprender sobre potenciais críticas e erros”, disse o padre jesuíta.
“Em relação aos casos de abuso, acho que a Igreja não está na mesma situação de quando o papa Francisco foi eleito. Isso é inegável. Não foi uma linha reta… mas a Igreja avançou nessa direção”, disse também Sosa.
Segundo o superior-geral dos jesuítas, o legado mais urgente do papa Francisco para hoje serão seus apelos pela paz.
“Acredito que o papa Francisco bradou em cada momento, em cada ocasião, sobre a paz”.
“O mundo precisa de paz, e a paz é construída por nós”, disse também Sosa. “Paz significa deixar de lado qualquer outra prioridade que não seja as pessoas e a dignidade das pessoas. E paz significa justiça para com os pobres. Acredito que a oração constante e o constante debate sobre a paz do papa Francisco são uma mensagem muito importante para hoje”.
O papa Francisco, que ingressou na Companhia de Jesus em 1958, foi o primeiro jesuíta a se tornar papa. Em suas viagens internacionais, ele sempre passava tempo com jesuítas locais nos países que visitava. Ele também se encontrou com jesuítas em Roma na 36ª congregação geral da Companhia de Jesus, em 24 de outubro de 2016.
“Ele estabeleceu uma relação muito fraterna com os jesuítas. Encerraremos esse período do papa Francisco agradecendo ao Senhor”, disse Sosa.