8 de out de 2024 às 11:41
Dom Angelo Acerbi foi o primeiro nome da longa lista de futuros cardeais que o papa Francisco leu no domingo (6) da janela do Palácio Apostólico, no Vaticano.
Ao acompanhar a oração mariana do Ângelus na casa Santa Marta, onde também vive o papa Francisco, dom Acerbi soube que em apenas dois meses se tornaria o cardeal mais velho do mundo.
Em 8 de dezembro, dia da Imaculada Conceição de Nossa Senhora, o papa Francisco vai criar 21 novos cardeais, entre eles esse decano dos núncios apostólicos que completou 99 anos em 23 de setembro.
Segundo dom Acerbi, o papa Francisco “quis dar um sinal de apreço e reconhecimento pelo serviço que tantos antigos e novos núncios e o pessoal das Nunciaturas prestam no mundo”, disse o futuro cardeal ao Vatican News, serviço oficial de informações da Santa Sé,.
Em 1974, o papa são Paulo VI nomeou Acerbi pró-núncio apostólico na Nova Zelândia e delegado apostólico para o oceano Pacífico, marcando a primeira vez na história que a Santa Sé teve representação direta nesses territórios.
Dois acontecimentos marcaram os seus anos como diplomata da Santa Sé. Em março de 1974, foi enviado à Espanha para resolver o chamado “caso Añoveros”, conflito gerado entre o bispo de Bilbao, dom Antonio Añoveros, e o governo franquista.
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Em 1979, o papa são João Paulo II o nomeou núncio apostólico na Colômbia. Em fevereiro do ano seguinte, foi sequestrado junto com 26 pessoas pelos guerrilheiros marxistas do Movimento 19 de Abril (M-19) num ataque à embaixada da República Dominicana.
Dom Acerbi, então com 55 anos, foi libertado seis semanas depois. No tempo em que permaneceu em cativeiro foi autorizado a celebrar a missa todos os dias.
Dom Acerbi é também arcebispo emérito de Zella (Yunez) e foi núncio apostólico na Hungria, Moldávia e Holanda. Foi também bispo da Soberana Ordem Militar de Malta.
Para o futuro cardeal, que recebe essa nomeação “com gratidão e um pouco de medo”, a decisão do papa Francisco foi “bastante inesperada”.
“Também pela minha idade, que é muito avançada”, diz o arcebispo.
Dom Acerbi disse que recebeu muitas felicitações e que apoiará o papa Francisco “especialmente com a oração, porque não vejo outra forma de fazê-lo, dada a minha idade avançada”.
