Papa Francisco pediu ‘coração e espírito’ para os ‘mais pobres’ entre nós, diz cardeal Artime

Rezar pelos mortos, disse o cardeal na homilia na basílica de São Pedro, no Vaticano, é “a maior obra de caridade”.

“Quando ajudamos nossos vizinhos materialmente, compartilhamos bens efêmeros, mas quando rezamos por eles, fazemos isso com bens eternos”, disse dom Artime.

“Rezar pelos mortos significa, portanto, amar aqueles que morreram, e é isso que estamos fazendo agora pelo papa Francisco, reunidos como Povo de Deus, junto com os pastores e especialmente esta noite com uma presença muito significativa de homens e mulheres consagrados”, disse também o cardeal.

Francisco “se sentia muito querido pelo Povo de Deus, e sabia que os que pertenciam às diferentes expressões da vida consagrada também o amavam; eles rezavam por seu ministério, pela pessoa do papa, pela Igreja, pelo mundo”, disse dom Artime.

Toda a Igreja, disse o cardeal, é “chamada a ser testemunha do Senhor Jesus, que morreu e ressuscitou”. Mas homens e mulheres consagrados são designados para um serviço específico, disse dom Artime.

“Recebemos essa vocação, esse chamado ao discipulado que nos pede para testemunhar a primazia de Deus com toda a nossa vida. Essa missão é especialmente importante quando – como em muitas partes do mundo hoje – sentimos a ausência de Deus ou esquecemos Sua centralidade com muita facilidade”, disse também o cardeal.

A presença de Cristo Ressuscitado “transforma tudo”, disse dom Artime.

“A escuridão é vencida pela luz; o trabalho inútil torna-se novamente fecundo e promissor; a sensação de cansaço e abandono dá lugar a um novo impulso e à certeza de que Ele está conosco”, disse também o cardeal.

Dom Artime citou as palavras do papa Francisco no Ano da Vida Consagrada, celebrado pela Igreja de 30 de novembro de 2014 a 2 de fevereiro de 2016, quando o papa disse que esperava que os fiéis consagrados “despertassem o mundo, porque a nota que caracteriza a vida consagrada é a profecia”. Na época, Francisco pediu que os consagrados “fossem testemunhas do Senhor, como são Pedro e os Apóstolos”, disse o cardeal.

“Ele estava nos pedindo para ter um coração e um espírito puros e livres o suficiente para reconhecer as mulheres e os homens de hoje, nossos irmãos e irmãs, especialmente os mais pobres, os últimos, os descartados”, disse dom Artime.

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“Porque neles está o Senhor, e para que, com a nossa paixão por Deus, pelo Reino e pela humanidade, possamos, como Pedro, responder ao Senhor: ‘Senhor, tu sabes tudo! Tu sabes que eu te amo.’ ”, disse também o cardeal.