O papa Francisco reafirmou ontem (6) seu desejo de “plena unidade” com outras confissões cristãs, em audiência com jovens padres e monges das igrejas ortodoxas orientais.
As igrejas ortodoxas orientais, diferentemente das igrejas ortodoxas, só aceitam os três primeiros concílios ecumênicos (o Primeiro Concílio de Niceia em 325 d.C., o Primeiro Concílio de Constantinopla em 381 d.C. e o Primeiro Concílio de Éfeso em 431 d.C.).
“A proclamação da fé comum requer, antes de tudo, que nos amemos uns aos outros”, disse o papa.
Como na audiência geral de quarta-feira (5), Francisco não leu o discurso que preparou por causa de “forte resfriado”. Mas, os presentes receberam uma cópia do texto na audiência na Casa Santa Marta, residência do papa Francisco no Vaticano.
O papa disse ao grupo de padres e monges das igrejas ortodoxas orientais, incluindo a armênia, a copta, a etíope, a eritreia, a malankariana e a siríaca, que “os cristãos que permanecem divididos são como fragmentos que devem encontrar unidade na confissão da única fé”.
“Precisamos uns dos outros para poder confessar a fé”, disse Francisco.
A audiência foi parte de um currículo para jovens padres e monges ortodoxos orientais organizado pelo Dicastério para a Promoção da Unidade dos Cristãos da Santa Sé. Essa foi a quinta vez que o encontro aconteceu.
Anteriormente, viagens de estudo semelhantes foram feitas para padres católicos preparadas pelo Patriarcado Armênio de Etchmiadzin.
O papa Francisco enfatizou a “relevância especial” dessa visita no ano que marca os 1700 anos do Concílio de Niceia, o primeiro concílio ecumênico (325 d.C.) no qual o símbolo (grego: symbolon/sumário) da fé comum a todos os cristãos foi professado.
O papa disse ser grato pela “troca de dons” promovida pela Comissão Mista Internacional para o Diálogo Teológico entre a Igreja Católica e as Igrejas Ortodoxas Orientais e que “ela permite que o diálogo da caridade ande de mãos dadas com o diálogo da verdade”.
A dimensão ecumênica do “símbolo da fé”
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Francisco falou sobre a dimensão ecumênica do termo “símbolo”, dizendo que, no sentido teológico, o conceito é entendido como “o conjunto das principais verdades da fé cristã, que se complementam e harmonizam entre si”.
“Nesse sentido, o Credo Niceno, que expõe sucintamente o mistério da nossa salvação, é inegável e incomparável”, disse o papa Francisco.
Do ponto de vista eclesiológico, o papa disse que o credo também “une os crentes”.
“Nos tempos antigos, a palavra grega 'symbolon' indicava uma metade de uma peça dividida em duas para ser apresentada como um sinal de reconhecimento [por se encaixar perfeitamente com a outra metade]. O símbolo é, portanto, um sinal de reconhecimento e comunhão entre os crentes”, disse Francisco.
O papa destacou que a fé é um “símbolo” que só encontra “a sua plena unidade junto com os outros”.
“Portanto, precisamos uns dos outros para poder confessar a fé, e é por isso que o Credo Niceno, em sua versão original, usa o plural 'nós cremos'”, disse o papa.
Francisco falou sobre um terceiro significado do credo no plano espiritual e pediu aos seus ouvintes que não se esqueçam de que o credo é antes de tudo “uma oração de louvor que nos une a Deus".
“A união com Deus passa necessariamente pela unidade entre nós, cristãos, que proclamamos a mesma fé”, disse o papa Francisco.
“Se o diabo divide, o credo une! Como seria lindo se, toda vez que proclamássemos o credo, nos sentíssemos unidos aos cristãos de todas as tradições”, disse o papa.
Por fim, todos rezaram o Credo Niceno juntos, cada um em sua própria língua.
Victoria Cardiel é jornalista especializada em temas de informação social e religiosa. Desde 2013, ela cobre o Vaticano para vários veículos, como a agência de noticias espanhola Europa Press, e o semanário Alfa y Omega, da arquidiocese de Madri (Espanha).
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