“Os nossos pecados, de alguma forma, têm repercussão política”, disse o arcebispo de São Paulo (SP), dom Odilo Pedro cardeal Scherer, ao lançar a Campanha da Fraternidade 2025 na catedral metropolitana de São Paulo na quarta-feira (5). O tema deste ano da campanha, promovida pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) desde 1964, é Fraternidade e Ecologia Integral.
“Se eu descuido do ambiente, se eu trato mal o irmão, trato mal uma pessoa, isso não só está entre mim e ele. Isso está entre mim, ele e os demais”, disse o cardeal. “Nós somos seres sociais, e mais ainda considerando a partir da nossa fé, somos família de Deus.
Dom Odilo disse que, na Campanha da Fraternidade, “a palavra ‘fraternidade’, que é mais importante na campanha”.
O tema deste ano, segundo o arcebispo, trata a “questão da fraternidade, sob o ponto de vista da questão ambiental, da ecologia integral”.
Da apresentação da campanha participou também o bispo auxiliar de São Paulo, dom Rogério Augusto das Neves, referencial para a Campanha da Fraternidade na arquidiocese de São Paulo.
É a nona vez que a ecologia é tema da Campanha da Fraternidade.
Segundo a arquidiocese de São Paulo, o tema “Fraternidade e Ecologia Integral” foi escolhido para a campanha deste ano por ocasião dos 800 anos da composição do Cântico das Criaturas de são Francisco de Assis; dos dez anos de publicação da carta encíclica Laudato si’; da publicação da exortação apostólica Laudate Deum, sobre a crise climática, em outubro de 2023; dos dez anos de criação da Rede Eclesial Pan Amazônica (REPAM) e da conferência climática da Organização das Nações Unidas (ONU) COP30, em Belém (PA), a primeira na Amazônia, prevista para ocorrer de 10 a 21 de novembro.
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Segundo a arquidiocese de São Paulo, a ecologia integral está ligada ao projeto do papa Francisco de “um novo humanismo integral” e solidário, assim como os temas das edições da Campanha da Fraternidade em edições anteriores: amizade social no ano passado, educação em 2022, Pacto Educativo Global e Diálogo em 2021 e misericórdia e compaixão em 2020.
Respondendo à ACI Digital sobre como é possível conciliar um período de penitência, como é a Quaresma, em que cada católico deve examinar a si mesmo e se arrepender de seus pecados, com uma campanha que pede o engajamento dos católicos em busca de um objetivo prático ou político, os bispos disseram que a campanha não pensa um objetivo político e prático que se oponha ao convite para a conversão dos próprios pecados e que ela é necessária para que os fiéis tomem consciência dos pecados para que os fiéis se arrependam deles.
“Os fundamentos da teologia católica, cristã católica, nos levam a entender essa proposta da campanha não como uma prática meramente política, mas como um exercício quaresmal de tomada de consciência dos pecados e de conversão”, disse dom Rogério.
“À medida em que cada um toma consciência, nós somos seres políticos, como diziam os filósofos gregos, assim, independentemente de nossa vontade. O que eu faço interfere na ordem política, e o que eu não faço também. Então se a gente, como cristão, começa a descobrir, que a gente tem se omitido, então a melhor conversão que a gente pode ter, e pedido de perdão dos pecados é… eu tenho que saber o que Deus espera de mim e tenho que saber se não tenho me omitido naquilo que Deus espera sobre mim nesse campo”, disse também o bispo auxiliar de São Paulo.
“O papa Bento XVI escreveu também que nós temos que agora, também, considerar os nossos pecados nessa linha, das nossas ofensas a Deus e ao próximo nas questões ambientais, de modo que não dá mais para pensar: ‘Não, isso é só um problema político, um problema ideológico’. Não, é um problema de fé em Deus Criador, um problema de caridade e justiça em relação aos irmãos. Se a gente não tomar consciência disso, a gente nunca vai confessar esse pecado”, disse dom Odilo.
Gustavo Amorim Gomes é formado em jornalismo pela Faculdade Paulus de Comunicação (FAPCOM) em São Paulo (Brasil) e atualmente é jornalista na ACI Digital.
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