O tempo pascal culmina no Pentecostes, cinquenta dias após a Ressurreição de Cristo. Esta data marca a descida do Espírito Santo sobre os Apóstolos, transformando o medo em coragem e assinalando o nascimento da Igreja.

É uma celebração de grande importância, equiparada à Páscoa e ao Natal, simbolizando a força e a ousadia necessárias para a missão.

A Congregação dos Missionários do Espírito Santo, conhecida como Espiritanos, celebra o Pentecostes como sua festa patronal, por ter sido fundada neste dia em 1703, em Paris. Atualmente, a congregação conta com membros e jovens em formação globalmente. A Casa Geral, em Roma, assinalou a data com uma Eucaristia, presidida neste ano de 2025 pelo Cardeal D. José Tolentino Mendonça.

Na sua homilia, intitulada "O Espírito Santo é o grande agente da transformação", o Cardeal destacou a ação do Espírito como consolador, recriador e defensor da esperança perante as incertezas da época. Ele enfatizou que o Espírito ativa a capacidade de acreditar, esperar e permanecer fiel ao amor, sendo uma continuação dinâmica e criativa da história pascal.

Segundo Tolentino Mendonça, o Espírito Santo distribui diversos dons e carismas para a construção do Reino de Deus, sendo o principal motor da vida e missão da Igreja. Ele precede a Igreja, surpreende, inicia processos proféticos e potencializa os sinais dos tempos. O Cardeal realçou que o Espírito permite uma linguagem universal de amor, compaixão, alegria e fraternidade, superando barreiras de comunicação.

A ação do Espírito desafia constantemente a Igreja, transformando-a de inerte para missionária, de uma fé morna para uma fé viva. Ele confere um sentido ministerial, tornando os fiéis em discípulos e missionários. O Espírito amplia a visão, incentivando a busca por "novos céus e nova terra" através de perspetivas "harmonizadas e integradoras", ecoando o apelo do Papa Leão XIV.

Recordando palavras do Papa Francisco de maio de 2023 dirigidas aos Espiritanos, a sua mensagem alinha-se com os valores do carisma da congregação: coragem, abertura e entrega à ação do Espírito, que sempre inova.