Pesca Portuguesa: Escassez de Trabalhadores Nacionais Leva Setor a Depender de Mão de Obra Estrangeira

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29/jun/2025

O setor da pesca em Portugal enfrenta uma grave crise de falta de mão de obra nacional. A escassez de pescadores portugueses tem levado as embarcações a depender cada vez mais de trabalhadores estrangeiros para poderem operar.

Atualmente, muitos barcos contam com uma percentagem significativa de tripulantes de outras nacionalidades, como indonésios e guineenses. Estes trabalhadores têm sido essenciais para evitar que a frota fique parada, mostrando adaptação e capacidade de trabalho. No entanto, a legislação existente sobre a proporção de trabalhadores portugueses e estrangeiros nas embarcações cria uma situação de ilegalidade para muitos armadores.

Representantes do setor alertam que, sem a mão de obra estrangeira, a atividade piscatória em Portugal colapsaria. A principal reivindicação passa pelo reconhecimento oficial das qualificações (cédulas marítimas) obtidas pelos trabalhadores estrangeiros nos seus países de origem, o que permitiria a sua legalização completa e a matrícula como marinheiros pescadores.

A falta de atratividade da profissão para os jovens portugueses é vista como um fator decisivo. A instabilidade decorrente das restrições de cotas de pesca e a obsolescência de muitas embarcações desmotivam a entrada de novas gerações no setor. Apesar destes desafios, a comunidade piscatória afirma não viver em pobreza, mas sublinha a necessidade de melhores condições de trabalho, incluindo a modernização da frota e a manutenção regular dos portos, muitas vezes negligenciada apesar da existência de fundos comunitários disponíveis.

A sobrevivência da pesca, especialmente a artesanal, depende, assim, não da falta de peixe, mas da capacidade de resolver os problemas de mão de obra e cotas, bem como de criar um ambiente mais seguro e atrativo para os pescadores.

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