O cardeal Willem Eijk disse na última sexta-feira (30) que a Pontifícia Academia para a Vida deveria dar mais atenção às questões bioéticas ligadas às terapias de "afirmação de gênero" e aos tratamentos "transgêneros".
O cardeal, arcebispo de Utrecht, Holanda, médico e membro da Pontifícia Academia para a Vida, abriu a terceira conferência anual organizada pela Cátedra Internacional de Bioética Jérôme Lejeune, que ocorreu em Roma de 30 a 31 de maio. O tema da conferência deste ano é "O Esplendor da Verdade na Ciência e na Bioética".
O cardeal disse a Andreas Thonhauser, chefe do escritório da Santa Sé da EWTN, que, além da inteligência artificial, a Igreja precisa se unir para discutir o impacto dos tratamentos de “redesignação sexual”.
“Redesignação sexual” é o nome do conjunto de procedimentos médicos usados para pessoas que se identificam com o sexo oposto. Pode incluir a administração de hormônios que alteram características sexuais secundárias, como quantidade de pelos no corpo e tom de voz, e cirurgias cosméticas para imitar os órgãos sexuais do sexo com que a pessoa passa a se identificar.
“Eles agora são muito populares e bem aceitos em muitos países”, disse o arcebispo de Utrecht na entrevista.
“Estou feliz que agora haja oposição a essa discussão de gênero nos EUA e isso também tenha tido uma influência positiva nas sociedades da Europa Ocidental”, disse também o arcebispo.
Segundo Eijk, a Pontifícia Academia para a Vida da Santa Sé tem a oportunidade de falar da doutrina da Igreja sobre a relação entre sexo e gênero num momento em que o apelo da “teoria de gênero” parece ser agora “menos forte” do que era no passado.
Teoria de gênero é a ideia de que a sexualidade humana independe do sexo e se manifesta em gêneros muito mais variados do que homem e mulher.
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A ideia contraria a Escritura que diz, no livro do Gênesis 1, 27: “Deus criou o ser humano à sua imagem, à imagem de Deus o criou. Homem e mulher Ele os criou”, na tradução oficial da CNBB.
O Catecismo da Igreja Católica diz, no número 369: “O homem e a mulher foram criados, quer dizer, foram queridos por Deus: em perfeita igualdade enquanto pessoas humanas, por um lado; mas, por outro, no seu respectivo ser de homem e de mulher. «Ser homem», «ser mulher» é uma realidade boa e querida por Deus: o homem e a mulher têm uma dignidade inamissível e que lhes vem imediatamente de Deus, seu Criador. O homem e a mulher são, com uma mesma dignidade, «à imagem de Deus». No seu «ser homem» e no seu «ser mulher», refletem a sabedoria e a bondade do Criador.
“Então, vemos que a discussão sobre gênero era muito forte, sabe, alguns anos atrás. Eles estavam praticamente impondo a teoria de gênero na sociedade, na cultura e também nos programas educacionais nas escolas primárias”, disse o cardeal. “Agora há muita resistência e você pode ver que muitas pessoas estão se perguntando se devemos fazer isso com nossos jovens? Então, pelo menos, a questão que surge é: é certo fazer isso?”
Embora Eijk tenha expressado tristeza pelo fato de que “filosofias dualistas”, que fundamentalmente dividem a mente e o corpo como forças opostas, tenham mais influência no discurso científico e na prática médica, ele acredita que a Igreja ainda pode falar sobre o valor intrínseco da pessoa humana como criação de Deus que deve ser respeitada.
“Conforme nossa visão católica do homem, o sexo biológico é uma parte intrínseca da dimensão do ser humano”, disse o arcebispo. “Transmitir a verdade a respeito do sexo biológico e da relação entre gênero e sexo biológico é um elemento da criação e algo que você respeitaria”.
Embora o cardeal tenha notado que muitas pessoas tendem a ver o corpo como um "objeto exigente" que pode ser usado para se expressar ou adaptar ao seu gosto, ele disse que uma Igreja unida na doutrina pode ser muito útil para os fiéis.
“E quando proclamamos essa verdade de modo inequívoco, de modo claro, creio que as pessoas não ficarão mais confusas, mas poderão começar a repensar sobre as verdades básicas da vida e, especialmente, as verdades básicas sobre Cristo e a moral cristã”, disse Eijk.
Kristina Millare é jornalista freelance com experiência profissional em comunicação no setor de ajuda humanitária e desenvolvimento, jornalismo de notícias, marketing de entretenimento, política e governo, negócios e empreendedorismo.
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