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12 de dez de 2024 às 03:00
O diretor do Instituto Superior de Estudos de Guadalupe (ISEG) e postulador da causa de canonização de são Juan Diego, padre Eduardo Chávez, disse que “Santa Maria de Guadalupe é a mulher do Apocalipse”, assim como “modelo de evangelização perfeitamente inculturado”.
O padre Chávez, um dos principais especialistas em Nossa Senhora de Guadalupe, disse à ACI Prensa – agência em espanhol do Grupo ACI –, que, “se prestarmos atenção e refletirmos no que diz a Sagrada Escritura, a imagem da Virgem de Guadalupe é Apocalipse 12,1-2: um grande sinal no céu, uma mulher revestida do sol, a lua debaixo dos seus pés e, coroada de doze estrelas, está a ponto de dar à luz. Está grávida”.
O sacerdote mexicano indicou que “o que o Apocalipse diz é exatamente o que é a iconografia de Santa Maria de Guadalupe. Recordem que ela é o modelo de evangelização perfeitamente inculturado, como disse o papa João Paulo II, e assim como fala com sua própria voz através de São Juan Diego, também fala através da imagem e é entendida perfeitamente pelos indígenas, porque tem essas sementes do verbo de sua cultura”.
“Ao mesmo tempo, é entendida pelos europeus. Por isso ela tem esta figura, como descreve o Apocalipse 12, perfeitamente conhecida pelos europeus”.
“E, se lermos ainda mais adiante, Apocalipse 21, perceberemos que tem esta profundidade de ser Ela a Mãe da Igreja, como diz o Papa Francisco. Ela é a nova Jerusalém que vem vestida de noiva, como diz o Apocalipse 21”, acrescentou.
Em seguida, padre Chávez assinalou que “neste templo que ela efetivamente constrói é onde podemos chegar com nossos sofrimentos, com nossas dores, com nossas doenças, para que ela nos cure, nos incentive, nos encha de seu amor. Assim como faz com São Juan Diego, faz isso com cada um de nós: não tenha medo, acaso não estou eu aqui que tenho a honra, a alegria de ser tua mãe?”.
“Ela, uma mulher grávida, daquele que é o verdadeiríssimo Deus por quem se vive. Por isso, é esta imagem da Imaculada Conceição que toma sua figura de Apocalipse 12”, disse.
“Não a inventaram, nem colocaram por aqui e por lá alguns sinais europeus. Pelo contrário, ela é quem pega tudo isso levando à plenitude”, destacou.
A Virgem de Guadalupe apareceu ao indígena são Juan Diego entre 9 e 12 de dezembro de 1531 e lhe pediu que intercedesse diante do primeiro Bispo do México, o franciscano Frei Juan de Zumárraga, para construir um templo aos pés da colina de Tepeyac.
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Como prova da veracidade da aparição, a Virgem Maria pediu ao indígena que levasse as flores de uma roseira aparecida milagrosamente no árido Tepeyac. Quando são Juan Diego apresentou as flores ao bispo, sua tilma, o pano no qual as levava, ficou marcado com a imagem de Nossa Senhora de Guadalupe.
A imagem da Virgem, cheia de simbologia que podia ser lida pelos indígenas mexicanos, promoveu a evangelização do México, facilitando milhões de conversões nos anos seguintes.
O diretor do ISEG explicou que a imagem de Nossa Senhora de Guadalupe possui sinais claramente entendidos pelos indígenas, como “este manto, por exemplo, azul esverdeado, que significa o azul do céu e o verde da vida, e que somente os imperadores podiam usá-lo. Ao ver esse manto nela, os indígenas entenderam que ela é imperatriz”.
“Ao vê-la nesta lua negra, em eclipse, ela está esmagando o eclipse, o que para os indígenas significa a mesma coisa que a serpente para os europeus, o diabo. Mas é o eclipse, porque para os indígenas a serpente é algo bom, não é ruim”.
Padre Chávez destacou que, “para os indígenas, preto significa morte e o eclipse é o mais terrível, pois a lua está devorando o sol. Eles são filhos do sol”.
“Assim, lá está, no meio da lua, pisando na lua, está no umbigo da lua, que é uma coisa boa, porque é o umbigo da lua, o que significa México, é o lar de Deus onipotente”, acrescentou.
No entanto, destacou, “o centro de sua imagem não é ela, ela é o sinal, uma Virgem Mãe. Jesus Cristo é o centro de sua imagem, mas também o centro de sua mensagem: quero, com tanto desejo, diz a Virgem de Guadalupe, uma casinha sagrada, para exaltá-lo, para manifestá-lo, para oferecer-lhe meu amor-pessoa, Ele que é meu olhar misericordioso, Ele que é meu auxílio, Ele que é minha salvação”.
“E também, o centro dessa casinha sagrada que ela tanto deseja que ao mesmo tempo significa templo, igreja, santuário, civilização do amor de Deus e ao dizer casinha sagrada obviamente também está dizendo família”, disse.
“Por isso, é a mulher do Apocalipse, é como a custódia onde está no centro Jesus Cristo Nosso Senhor. Ela também é Mãe da Igreja, ela também é Mulher Eucarística”, finalizou.