O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), D. José Ornelas, afirmou esperar que o novo Governo português adote uma postura de intervenção e não permita que a situação atual permaneça inalterada no país.

Falando aos jornalistas em Fátima, após a conclusão das Jornadas Pastorais da CEP, D. José Ornelas enfatizou a necessidade de um executivo que "governe" e "intervenha" de forma decisiva. Segundo ele, é evidente que a sociedade, incluindo as "forças vivas da nação", anseia por uma transformação na ação do Estado e noutros domínios cruciais como o social, económico e tecnológico.

D. José Ornelas destacou a "nobre missão da política" de buscar consensos e "convergências de bases fundamentais" para edificar um futuro mais promissor. Criticou a instabilidade política e alertou para o risco de se dar espaço a "manipuladores" e "populismos" que, na sua visão, "nunca apresentam um projeto definido para nada", prosperando na ausência de entendimentos essenciais.

O líder da CEP considerou que os resultados eleitorais indicaram que o país repudia "autoritarismos", não concedendo poder absoluto a qualquer partido. Contudo, ressalvou que essa rejeição implica a necessidade de "entendimento entre as diversas mais do que legítimas conceções de Estado" para se concretizar a desejada "transformar a sociedade".

Estas declarações foram proferidas no dia em que o programa do XXV Governo Constitucional, que tomou posse em 5 de junho após as eleições de 18 de maio, recebeu a aprovação da Assembleia da República.