A coincidência, ou a Providência divina, parece estranha. A nova conta do papa Leão XIV na rede social X começou com tuítes em 14 de maio sobre a necessidade de paz, sobre estar "à disposição para que os inimigos se encontrem e se olhem nos olhos, para que às populações seja restituída a dignidade que merecem, a dignidade da paz".

Ao mesmo tempo, o mais controverso dos defensores da paz, o presidente dos EUA, Donald Trump, fez da paz e da dignidade dos outros o tema central de sua primeira visita oficial de Estado como presidente (como fez em 2017) à Arábia Saudita e aos Estados do golfo: Qatar e Emirados Árabes Unidos.

Para alguém acusado por seus inimigos políticos de ser oportunista, o interesse de Trump pela paz não é novidade. Há dez anos, ele foi o único candidato presidencial republicano a condenar abertamente a invasão do Iraque pelos EUA em 2003 como "um erro". A afirmação, feita num debate republicano em 2016, provocou vaias da plateia. Em seu primeiro mandato, Trump resistiu ao linha-dura John Bolton, seu próprio conselheiro de Segurança Nacional. Depois, Trump zombou de Bolton, dizendo: "Se eu o tivesse ouvido, já estaríamos na Sexta Guerra Mundial".