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29 de jan de 2025 às 15:54
A presidente da organização de caridade Catholic Charities, pediu ao governo Trump que “repense” sua pausa no financiamento federal para departamentos executivos, falando de os “milhões de americanos que dependem desse apoio vital”.
Num memorando de duas páginas divulgado na segunda-feira (27), o Escritório de Gestão e Orçamento do governo dos EUA orientou todas as agências federais “na medida permitida pela lei aplicável… a suspender temporariamente todas as atividades relacionadas à obrigação ou desembolso de toda assistência financeira federal” que pudessem entrar em conflito com as políticas do presidente Donald Trump, segundo descrito em seus primeiros decretos.
O memorando disse que o financiamento para programas “incluindo, mas não se limitando a, assistência financeira para ajuda externa; organizações não-governamentais; Diversidade, Igualdade e Inclusão (DEI, na sigla em inglês); ideologia de gênero woke e o Green New Deal (novo acordo verde)” seria pausado.
Embora o memorando tenha colocado a pausa em vigor ontem (28) às 17h, um juiz federal no Distrito de Columbia bloqueou ontem temporariamente a ordem.
Em resposta às notícias sobre o congelamento de subsídios federais, Kelly Alus Robinson, presidente e diretora executiva da Catholic Charities USA, divulgou uma declaração chamando a atenção para o trabalho que a organização faz pelos necessitados.
“Por mais de um século, a rede Catholic Charities trabalhou com o governo para cuidar de pessoas pobres e vulneráveis em todas as comunidades dos EUA, e continuamos ansiosos para trabalhar com o governo para cuidar de nossos vizinhos necessitados. Pedimos fortemente que a administração repense essa decisão”, disse Robinson.
Robinson falou sobre o efeito que um congelamento federal poderia ter sobre os que dependem da rede Catholic Charities.
“Os milhões de americanos que dependem desse suporte vital sofrerão devido ao esforço sem precedentes para congelar a ajuda federal que apoia esses programas”, disse Robinson. “As pessoas que perderão o acesso a cuidados cruciais são nossos vizinhos e familiares. Eles vivem em todos os cantos do país e representam todas as raças, religiões e afiliações políticas”.
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A Catholic Charities atua nos EUA há mais de um século. Atualmente, ela é composta por 168 agências diocesanas que atendem milhões de pessoas a cada ano. Ela promove moradia acessível, alimentação, nutrição, assistência em desastres, apoiar serviços de saúde, desenvolvimento da força de trabalho e imigração.
“No ano passado, 92% dos serviços prestados pelas 168 agências da Catholic Charities em todo o país cobriram necessidades básicas — acesso a alimentos, moradia, assistência médica e outras necessidades — para famílias e indivíduos com dificuldades para sobreviver”, disse Robinson.
“Esses serviços vitais incluem despensas de alimentos para os que não podem comprar mantimentos, programas de assistência infantil para famílias de baixa renda, entregas de refeições para idosos confinados em casa, recursos de treinamento profissional para veteranos, moradia temporária e permanente, serviços de saúde mental e muito mais”.
Autoridades do governo Trump disseram que programas que dão assistência individual aos americanos — como Medicare, Medicaid, Previdência Social, empréstimos estudantis e vale-refeição — não seriam afetados.
Ainda não está claro qual será o efeito exato sobre a Catholic Charities e outras organizações de caridade.
Em entrevista coletiva ontem na Casa Branca, em Washington D.C., Karoline Leavitt, secretária de imprensa da Casa Branca, respondeu se o presidente pretendia “cortar permanentemente o financiamento para ONGs (organizações não governamentais) que trazem estrangeiros ilegais para o país, como a Catholic Charities”.
“Estou realmente certo de que o presidente assinou uma ordem executiva que fez exatamente isso, e posso indicar isso para você”, disse Leavitt.
No ano passado, a Conferência dos Bispos Católicos dos EUA rejeitou as alegações de que organizações da Igreja sem fins lucrativos, como a Catholic Charities, são cúmplices em abrigar migrantes que cruzam ilegalmente a fronteira do Estado do Texas, ao sul dos EUA, com o México.