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3 de fev de 2025 às 15:40
Na Irlanda, 1º de fevereiro marca o início da primavera e a celebração de “Lá Fhéile Bríde” — Dia de Santa Brígida. Para os católicos irlandeses, o dia sempre foi significativo, pois santa Brígida, ao lado de são Patrício e são Columba, é co-padroeira da Irlanda.
Desde 2023, no entanto, o dia da festa é um feriado público na República da Irlanda, chamado pelo governo irlandês de “Dia de Santa Brígida/feriado bancário de Imbolc“. Imbolc era um festival pagão que marcava a chegada da primavera. O dia tem sido usado para promover conquistas das mulheres e em várias celebrações de santa Brígida reinventada como uma deusa pré-cristã.
Em 30 de janeiro, Patrick O’Donovan, ministro do governo da Irlanda, encorajou o público a participar de vários eventos, omitindo qualquer referência ao cristianismo ou ao catolicismo.
As informações do governo ignoram intencionalmente a santa Brígida cristã, dizendo: “Com raízes no antigo festival celta de Imbolc, que marcava a chegada da primavera, o Dia de Santa Brígida é uma oportunidade para celebrar o crescimento, a renovação e a luz. Na mitologia celta, Brígida era uma deusa tripla — da cura, do fogo e da poesia”.
Reação
“É um problema real com a secularização dos dias festivos; não é só santa Brígida — o Dia de São Patrício obviamente se tornou bastante secularizado”, disse o padre Owen O’ Gorman, comentarista católico, à CNA, agência em inglês da EWTN News. “Cabe então à Igreja fazer com que as pessoas se conectem com o verdadeiro são Patrício, em vez do são Patrício de plástico”.
Destacando a importância de santa Brígida, O’Gorman traçou um paralelo com a irmã Clare Crockett, religiosa irlandesa que, segundo ele, seguiu os passos de santa Brígida.
“Frequentemente falamos sobre os pais fundadores de uma nação ou igreja — santa Brígida é nossa mãe fundadora. Quando olhamos para a irmã Clara, cuja [causa de canonização] acaba de ser aberta na Espanha, ela repropõe a vida de santa Brígida para uma nova geração, uma geração jovem de mulheres que passaram por uma cultura secular. A própria irmã Clara estava imersa nessa cultura por muito tempo e achou difícil extrair seu coração dela”.
“Há uma mensagem muito positiva de maternidade espiritual”, disse O’Gorman. “Santa Brígida é a mãe espiritual da nossa nação; nós a honramos rezando por sua intercessão, espalhando o culto a santa Brígida, sua devoção, imitando suas virtudes, seu espírito de hospitalidade, seu espírito de generosidade e seu amor a Cristo. Se considerarmos Clare Crockett, acredito que ela será outra grande figura para o povo da Irlanda e para as mulheres da Irlanda, mas também internacionalmente. Já podemos ver a conexão com ela entre uma geração mais jovem”.
Sinéad Strong é fundadora da Catholic Mothers Ireland, organização que se baseia na vida e no exemplo de santa Brígida. Os eventos do grupo incluíram uma missa do dia de Santa Brígida para mães que perderam seus bebês na gravidez e mães de bebês natimortos.
“O que me atrai em santa Brígida é sua simplicidade, seu serviço aos pobres, doentes e idosos”, disse Strong à CNA. “Um de seus patrocínios são os recém-nascidos, o que é importante para mim como mãe de sete filhos. Foi uma bênção invocar sua intercessão em seu dia de festa pelos que sofrem por terem perdido seus bebês”.
O’Gorman disse que a origem da cruz de Santa Brígida é um exemplo da evangelização e empatia da santa com os outros. Santa Brígida fez uma cruz de juncos como ferramenta para a evangelização e para a salvação de um chefe pagão moribundo.
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“Foi sua ferramenta simples que levou à conversão de um homem moribundo”, disse O’Gorman.
Todos os anos, a Catholic Mothers Ireland reúne mães e crianças para aprender a fazer cruzes de Santa Brígida, que são abençoadas por um padre no dia da festa.
“Sempre fico impressionada com o entusiasmo das crianças em aprender essa bela tradição e ouvir as histórias de santa Brígida, e também como as crianças mais velhas reservam um tempo para ajudar as crianças mais novas”, disse Strong.
Strong vê santa Brígida como um modelo para mães católicas que se esforçam todos os dias para transmitir sua fé, tradições e herança irlandesa num mundo que está tentando extingui-la.
“É particularmente impressionante — dado o ataque do Estado à maternidade e o ataque contínuo à nossa fé — ver a força de vontade e a grande virtude das mães católicas em ir contra a corrente da sociedade”.
Strong disse acreditar que as tentativas de resignificar santa Brígida como deusa pagã celta New Age “são uma tentativa flagrante de diminuir a forte fé que outrora era mantida neste país”.
“É mais um festival para trazer a Irlanda de volta aos seus costumes pagãos”, disse ela. “A deusa que eles celebram não é santa Brígida”.
Christine O’Hara é professora na escola católica para rapazes Colaiste Chriost Rí em Cork, Irlanda. Ela tem em destaque em sua sala de aula uma citação atribuída a santa Brígida: “Cristo habita em cada criatura”.
O’Hara disse à CNA que, para ela, santa Brígida é uma antepassada de santa Teresa de Calcutá, que passou um tempo como religiosa na Irlanda.
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“Santa Brígida disse para encontrar Cristo nos pobres, alimentar os famintos e vestir os nus — esse é o meu trabalho”.
O’Hara destacou o trabalho de santa Brígida como fundadora de sua abadia em Kildare.
“Ela se preocupava com os pobres; sua compaixão e sua hospitalidade realmente se destacaram conforme a fé se espalhava”, disse ela.
O padre Jaimie Twohig, de Cork, fala sobre a história do manto de santa Brígida e seu paralelo no Evangelho.
“O manto de Santa Brígida se expandiu muito quando ela pediu terras para construir seu convento, e foi informada de que poderia ter tanta terra quanto seu manto cobrisse”, disse Twohig. “Era um manto pequeno, mas se expandiu milagrosamente por uma vasta área de terra”, disse Twohig.