Celebrada em 22 de maio, santa Rita de Cássia, popularmente conhecida como a padroeira das causas impossíveis, tem uma grande devoção entre os brasileiros. Só no Brasil, há 18 santuários dedicados à santa: seis em Minas Gerais, quatro em São Paulo e no Paraná, um no Rio de Janeiro, no Pará, no Rio Grande do Norte e na Paraíba. Mas o maior santuário “do mundo dedicado à santa Rita” está em Cássia (MG), disse o vice-reitor do santuário santa Rita de Cássia, em Cássia (MG), padre Dione Piza à ACI Digital.
O santuário em Cássia, Minas Gerais “tem 7.000 m2, com capacidade para até 5.451 pessoas sentadas e mais duas mil em pé” e “todo o complexo ocupa uma área de 180 mil m2, sendo 100 mil m2 de edificação”. Além disso, o local “abriga um centro comercial com 50 lojas, casa para o clero, velário e a réplica da casa de santa Rita de Cássia, sanitários, vestiários, praça de alimentação, heliponto, estacionamento para 200 ônibus e até mil carros”, disse o vice-reitor.
Santuário santa Rita de Cássia, em Cássia (MG). Arquivo pessoal/SSRC
Devoção a santa Rita de Cássia
Santa Rita de Cássia nasceu em 1381, em Roccaporena, perto de Cássia, região da Úmbria, na Itália. Queria ser freira, mas por obediência aos pais casou-se por volta de 1385 com Paulo de Ferdinando de Mancino e teve dois filhos. Ela sofreu muito com o marido, mas ao longo do tempo, com suas orações e bondade ele se converteu. Depois disso, seu marido foi assassinado por facções políticas da época. Temendo que os filhos vingassem a morte do pai, suplicou a Deus que os levasse desta vida antes de cometerem este pecado e em pouco tempo eles morreram.
Com isso, Rita entregou-se à oração, penitência e obras de caridade. Depois foi aceita no convento Agostiniano, em Cássia, Itália. Ela morreu aos 76 anos, no dia 22 de maio de 1457. Vários milagres aconteceram através de sua intercessão, e a devoção a ela cresceu ao redor do mudo. Seu corpo encontra-se incorrupto por vários séculos, e às vezes é possível sentir uma doce fragrância. Ela também é popularmente conhecida como a padroeira das causas impossíveis, protetora das viúvas e santa das rosas. Rita de Cássia foi beatificada em 1627 pelo papa Urbano VIII e nesta cerimônia, o corpo dela elevou-se e abriu os olhos. Em 24 de maio de 1900, foi canonizada pelo papa Leão XIII.
A devoção a santa Rita de Cássia chegou “ao Brasil ainda no tempo do Brasil-Colônia”, disse padre Dione Piza. Ele contou que, “de forma documental sabe-se que em 1697, chegam ao Rio de Janeiro o casal de fidalgos Manuel Nascentes Pinto e Maria Antônia, vindos de Portugal e trazendo um quadro, de pintura a óleo, da ainda beata Rita de Cássia” e que “este casal fez de sua casa um centro de devoção à santa Rita, até que em 1721 iniciaram a construção da capela igreja em honra da santa, elevada a matriz em 1751”.
Já na “pequena cidade de Cássia desenvolveu-se a partir da forte devoção a santa Rita de Cássia, como o próprio nome já sugere”, disse o sacerdote destacando que “a festa dedicada à santa” em Cássia “cresceu consideravelmente a cada ano e, para que ela ocorresse, era necessária a montagem de uma estrutura improvisada do lado externo da igreja”.
“Sensível a essa realidade e motivado pela forte devoção a santa Rita, herdada de sua mãe, o senhor Paulo Flávio de Melo Carvalho, grande empresário cassiense, ao completar seus 70 anos, quis deixar um precioso legado para a sua terra natal: a construção de um grandioso santuário que pudesse acolher confortavelmente os milhares de devotos que sempre recorrem a Cássia para manifestar a sua fé”, continuou.
“O anúncio foi feito em janeiro de 2018, na Câmara Municipal de Cássia, por ocasião do lançamento do seu livro ‘A história de um empreendedor’”, disse o sacerdote. “Em agosto do mesmo ano, a movimentação de inúmeras máquinas e homens deu início ao longo processo de terraplanagem, sendo que, em agosto de 2019, foram levantados os primeiros pilares do novo templo. Foram quase quatro anos de obra até a fase final. Desde o começo, cada etapa foi marcada por comemorações, missas e eventos, e a inauguração oficial se deu em 22 de maio de 2022”, disse o vice-reitor destacando que “o principal propósito do santuário é o de acolher os fiéis peregrinos, difundir a devoção a santa Rita de Cássia, a santa dos impossíveis, bem como tornar o santuário um local de evangelização relevante para propagar a fé cristã”.
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“Até hoje, estima-se que mais de um milhão e meio de fiéis já visitaram o santuário desde sua inauguração”, disse o padre Dione relatando que “o santuário já recebeu visitas e peregrinações de todos os Estados do Brasil, literalmente de norte a sul” e que no santuário há peregrinações “todos os dias, sem exceção e o dia todo” e “raríssimos momentos do dia não se vê um peregrino”.
Relíquia de primeiro grau de santa Rita
No santuário de Cássia também há “uma relíquia de primeiro grau de santa Rita” que trata-se de um fragmento ósseo que foi retirado do corpo incorrupto da santa, que está exposto em seu santuário em Cascia, na Itália, onde a religiosa viveu. Ela foi “enviada pelo postulador-geral dos Agostinianos, padre Josef Sciberras” e “entronizada em 22 de abril de 2024 em uma missa presidida pelo frei agostiniano Jean Alves de Lima”, disse Piza.
“Além desta relíquia de santa Rita o santuário é custodiador das seguintes relíquias de primeiro grau: beato Carlo Acutis (ex capille), beato padre Donizetti Tavares (ex cineribus), beato Francisco de Paula Victor ou simplesmente padre Victor (ex cineribus), beata Francisca de Paula de Jesus, conhecida como beata “Nhá Chica” (ex cineribus) e santo Anibal M. de Francia (ex coporis)”, relatou o sacerdote informando que o santuário também tem “relíquias de segundo grau (ex vestibus) de santa Rita de Cássia e santa Terezinha”.
Festa de Santa Rita em Cássia
A festividade em honra a santa Rita, em Cássia iniciou em 13 de maio, com o novenário, que este ano, tem como tema: "Com santa Rita de Cássia somos peregrinos de Esperança", convidando “os fiéis a uma jornada de nove dias de intensa oração, reflexão e busca pela intercessão da "santa dos impossíveis" à luz do Jubileu de 2025”, disse o vice-reitor.
Segundo padre Dione Piza, a expectativa deste ano é que “mais de 20 mil pessoas passem no santuário nos dias de novena e festa” de santa Rita, que é um grande “período de espiritualidade, que atrai devotos de todo o Brasil e do exterior”.
Devotos de santa Rita de Cássia participam do novenário em honra a santa dos impossíveis em Cássia (MG), desde o dia 13 de maio. Arquivo pessoal/SSRC
A solenidade de santa Rita é celebrada hoje, 22 de maio, com a celebração de missas e rosário de santa Rita durante todo o dia. As missas serão celebradas no santuário às 6h; 10; 15h e às 19h que será a missa solene de encerramento da Festa de santa Rita, celebrada pelo reitor do santuário são Frei Galvão em Divinópolis (MG), padre Chrystian Shankar. Os rosários de santa Rita serão rezados às 8h30; 13h30 e 17h30.
“Para aqueles que não puderem comparecer pessoalmente, o santuário realizará transmissões ao vivo das missas e momentos de oração através de suas redes sociais, permitindo que a fé e a devoção a Santa Rita alcancem todos os lares, pelos canais @redesantaritadecomunicacao e com informações diárias pelo perfil @santuariosritadecassia”, disse padre Dione Piza.
Monasa Narjara é jornalista da ACI Digital desde 2022 e foi jornalista na Arquidiocese de Brasília entre 2014 a 2015.
Este é um artigo do site ECCLESIA. D. António Luciano disse aos funcionários das instituições que também «são agentes pastorais nesta dimensão social» Foto: Diocese
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