O papa Francisco pediu em mensagem para Quaresma divulgada hoje (25) pela Santa Sé que os fiéis confrontem “a realidade concreta de algum migrante ou peregrino e deixar que ela nos interpele”.
O texto, escrito em 6 de fevereiro, oito dias antes da internação (link do úkltimo boletim que demos) do papa, diz que esse pode ser "um bom exercício quaresmal" para ajudar a descobrir o que Deus pede de cada um.
O papa Francisco disse que o tema do Jubileu 2025 é Peregrinos da Esperança, que lembra “a longa travessia do povo de Israel em direção à Terra Prometida, narrada no livro do Êxodo”.
“E não podemos recordar o êxodo bíblico sem pensar em tantos irmãos e irmãs que, hoje, fogem de situações de miséria e violência e vão à procura de uma vida melhor para si e para seus entes queridos”, disse também o papa.
“Aqui, surge um primeiro apelo à conversão, porque todos nós somos peregrinos na vida, mas cada um pode perguntar-se: como me deixo interpelar por esta condição? Estou realmente a caminho ou estou paralisado, estático, com medo e sem esperança, acomodado na minha zona de conforto? Busco caminhos de libertação das situações de pecado e falta de dignidade?”, disse Francisco.
O papa Francisco faz assim algumas reflexões sobre o significado do lema do Ano Jubilar, dizendo que o sinal penitencial das cinzas marca o início da peregrinação anual da Quaresma “na fé e na esperança”.
“A Igreja, mãe e mestra, convida-nos a preparar os nossos corações e a abrir-nos à graça de Deus para podermos celebrar com grande alegria o triunfo pascal de Cristo, o Senhor, sobre o pecado e a morte, como exclamava São Paulo: «A morte foi tragada pela vitória. Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão?» ( 1Cor 15, 54-55). Realmente, Jesus Cristo, morto e ressuscitado, é o centro da nossa fé e a garantia da nossa esperança na grande promessa do Pai, já realizada n’Ele, Seu Filho amado: a vida eterna (cf. Jo 10, 28; 17, 3)”, diz também a mensagem.
O papa enfatiza que os cristãos são chamados a caminhar juntos, “jamais como viajantes solitários”.
“O Espírito Santo impele-nos a sair de nós mesmos para ir ao encontro de Deus e dos nossos irmãos, e nunca a fechar-nos em nós mesmos”, destaca Francisco.
Seguindo em frente juntos sem dominar o outro e sem inveja ou hipocrisia
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O papa Francisco diz também que caminhar juntos significa “caminhar lado a lado, sem pisar ou subjugar o outro, sem alimentar invejas ou hipocrisias, sem deixar que ninguém fique para trás ou se sinta excluído”.
“Sigamos na mesma direção, rumo a uma única meta, ouvindo-nos uns aos outros com amor e paciência”, diz também o papa.
Assim, Francisco exorta os fiéis a examinarem se na sua vida, na sua família e no seu ambiente de trabalho são capazes de caminhar ao lado dos outros, de ouvir e de superar a tentação de “fechar-se”, só se preocupando com as próprias necessidades.
O papa Francisco convida bispos, sacerdotes, consagrados e leigos a se perguntarem se têm “uma atitude de acolhimento com gestos concretos para com aqueles que se aproximam de nós e a quantos se encontram distantes”.
“Fazemos com que as pessoas se sintam parte da comunidade ou as mantemos à margem?”
Em sua mensagem, o papa Francisco, citando a encíclica Spe Salvi, do papa Bento XVI, também faz um apelo especial à conversão à sinodalidade, ou seja, à vivência da fé em comunhão e participação na Igreja.
O papa fala sobre o significado da esperança na promessa de Deus e exorta especificamente que a mensagem central do Jubileu, que será concluído em 6 de janeiro de 2026, "A esperança que não engana", seja o horizonte do caminho quaresmal em direção à Páscoa.
Por fim, Francisco convidou os fiéis a perguntar: “Estou convicto de que Deus me perdoa os pecados? Ou comporto-me como se me pudesse salvar sozinho? Aspiro à salvação e peço a ajuda de Deus para a receber? Vivo concretamente a esperança que me ajuda a ler os acontecimentos da história e me impele a um compromisso com a justiça, a fraternidade, o cuidado da casa comum, garantindo que ninguém seja deixado para trás?”
A mensagem conclui com uma citação de santa Teresa de Ávila: “Espera, espera, que não sabes quando virá o dia nem a hora. Vela com cuidado, que tudo passa com brevidade, embora o teu desejo faça o certo duvidoso e longo o tempo breve» (Exclamações, XV, 3)”.
Victoria Cardiel é jornalista especializada em temas de informação social e religiosa. Desde 2013, ela cobre o Vaticano para vários veículos, como a agência de noticias espanhola Europa Press, e o semanário Alfa y Omega, da arquidiocese de Madri (Espanha).
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