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11 de abr de 2025 às 13:05
Pelo terceiro ano consecutivo, a Santa Sé terá seu próprio pavilhão na Bienal de Arquitetura de Veneza, Itália, um dos mais importantes do mundo, que neste ano vai de 10 de maio a 23 de novembro. No ano passado, o papa Francisco foi o primeiro papa a visitar o evento em seus quase 130 anos de história.
O projeto, que foi apresentado ontem (10) na Sala de Imprensa da Santa Sé, no Vaticano, envolverá a restauração do complexo Santa Maria Auxiliadora, construído no século XII para abrigar peregrinos a caminho de Roma e, até o início deste século, mosteiro para freiras salesianas.
Agora ele será usado para eventos culturais, terá um espaço dedicado a projetos solidários que incluem uma cozinha.
Os visitantes da exposição em Veneza poderão ver em primeira mão o trabalho de restauração do complexo.
Na verdade, o trabalho foi projetado para envolver todos os cidadãos de Veneza e, especificamente, organizações comprometidas com a sustentabilidade ambiental de Veneza, que sofre há anos com os efeitos do turismo de massa. Os visitantes do pavilhão da Santa Sé poderão participar do trabalho de restauração e subir nos andaimes para ver de perto o progresso.
Segundo o prefeito do Dicastério para a Cultura e a Educação da Santa Sé, cardeal José Tolentino de Mendonça, na apresentação do projeto no Vaticano, o pavilhão Opera Aperta (Obra Aberta), foi inspirado na encíclica Laudato si’ do papa Francisco, publicada em 2015.
“É um pavilhão para parar e ver, uma obra em progresso, um processo contínuo no qual todos são convidados a colaborar: arquitetos, pensadores, moradores de bairros, associações e até os próprios visitantes da Bienal”, disse o cardeal. O objetivo, segundo o cardeal é destacar a ideia que o papa enfatiza na encíclica que “tudo está intimamente conectado”.
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Como disse o prefeito, o objetivo é que o pavilhão apresentado este ano pela Santa Sé seja “uma expressão concreta, no campo da arquitetura, das intuições proféticas contidas na Laudato si’ e se torne um laboratório ativo de inteligência humana coletiva, unindo razão e emoção, profissionalismo e convívio, pesquisa e vida cotidiana”.
Assim, segundo o cardeal português, através da renovação do antigo oratório de Nossa Senhora Auxiliadora, “será contada uma parábola porque, enquanto as paredes e os detalhes arquitetônicos do edifício estão sendo restaurados, as relações de vizinhança e a hospitalidade intergeracional também serão curadas, reconstruindo simultaneamente o espaço físico e social”.
O cardeal disse que o papa Francisco “continua a inspirar profundamente a Igreja Católica”, apesar do período de doença pelo qual está passando.
“Hoje precisamos de tecelões de relacionamentos, que acreditem no valor de reparar e cuidar”, disse o prefeito, depois de dizer que o pavilhão da Santa Sé na Bienal de Veneza é um exemplo concreto dessa interação.
Assim, o pavilhão da Santa Sé não é uma construção acabada, mas sim uma espécie de projeto aberto e inovador, como o próprio título indica, no qual os aspectos de “reparar” e “cuidar” são muito importantes, segundo Mendonça.
Tatiana Bilbao, arquiteta mexicana, e Anna Puigjaner, arquiteta espanhola, do grupo MAIO Arquitetos, participam do projeto.