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11 de fev de 2025 às 15:49
“Para amar e ser amado” foi o tema do seminário Teen STAR que aconteceu na diocese de Petrópolis (RJ), de sexta-feira (7) a domingo (9). Com o objetivo de formar agentes pastorais no tema de afetividade e sexualidade, o seminário contou com a participação de cerca de 100 pessoas de diferentes cidades.
Teen STAR é “um programa internacional de ensinamento de afetividade e sexualidade para crianças, adolescentes jovens e adultos”, disse à ACI Digital o diácono Santiago Molina, diretor executivo de Teen STAR USA. O programa busca que “o jovem possa encontrar-se, possa conhecer a si mesmo, a sua identidade pessoal e lhe dá a possibilidade de tomar melhores decisões em sua vida, crescer em sua qualidade humana para que chegue à plenitude da humanidade que Deus nos criou para ser”.
“O programa parte da dimensão física, da corporeidade, fundamentado na antropologia personalista, na filosofia personalista conhecida no meio católico por Karol Wojtila, nosso querido João Paulo II”, disse à ACI Digital a diretora nacional do Teen STAR, Fabiana Azambuja.
“Nós, em certo sentido, podemos dizer que o currículo de Teen STAR é o ethos do que é a Teologia do Corpo de são João Paulo II”, disse Molina, acrescentando que “nos baseamos na teologia do corpo de forma mais concreta e prática. A teologia começando com o corpo e não com a teologia”.
No programa, continuou ele, nós ajudamos os jovens “a autodescobrirem primeiro o que seu corpo lhes diz e depois, à medida que os acompanhamos, eles vão amadurecendo indo do concreto que é a parte física à parte emocional, intelectual, à parte social e até espiritual”.
“Nós não lhes impomos uma visão, mas a propomos e tratamos de fazer-lhes pensar e que cheguem à conclusão de que a vida é um presente de Deus transcendental e assim possam se entender melhor e viver melhor”, disse.
O Teen STAR foi fundado pela médica ginecologista austríaca Hanna Klaus, membro da Congregação das Irmãs Missionárias, nos EUA. No final da década de 70, ela se encontrou com a realidade de muitas jovens “com doenças venéreas, gravidezes precoces, e situações muito difíceis”, contou Molina. Hanna Klaus começou primeiro a ensinar as jovens a “entender o seu corpo, o que o corpo ensinava para elas, aprender a dar o respeito e dignidade que o corpo tem e a tomar melhores decisões depois de ter sofrido muitos traumas”.
“Aos poucos foi se armando um currículo, um manual, que começou a ser desenvolvido para as meninas e depois para os meninos. Daí, em 1980, ela fundou o Teen STAR”, disse.
Atualmente, o programa vem sendo aplicado nos cinco continentes, com êxito em mais de 50 países como Chile, Espanha, EUA, Itália, Alemanha e Coreia do Sul. No Brasil, o programa está desde 2013. O programa oferece um currículo que leva em conta as dimensões física, espiritual, intelectual, emocional e social da pessoa humana.
O programa Teen STAR está em fase de desenvolvimento no Brasil, disse Azambuja, atuando a nível das dioceses e em escolas católicas. Seu sonho é “entrar nas escolas públicas para levar o valor da sexualidade humana, dignidade humana, da afetividade humana para que as pessoas possam entrar nesse lindo caminho que é aprender a amar e ser amado”.
Para tornar-se um educador do Teen STAR e aplicar o programa na realidade paroquial ou em alguma escola, é necessário participar do seminário, passar por uma prova teórica e fazer um estágio supervisionado aplicando os currículos do Teen STAR em alguma localidade.
Teen STAR capacita para amar e ser amado
“A formação do educador Teen STAR é muito longa, nós não temos pressa”, disse Azambuja. “O programa é o educador. É a pessoa. Não são os nossos currículos. Não são os livros, são os educadores. Então, nós primamos na formação do educador”.
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O padre Renan Félix, vigário paroquial de Nossa Senhora da Conceição na arquidiocese do Rio de Janeiro, viajou até Petrópolis para participar do seminário pois “sonha em colocar o seminário Teen STAR em sua paróquia”.
“Acredito plenamente na formação”, disse ele. “Acredito que é o único caminho verdadeiro a partir de uma experiência com Cristo, fortalecer a dimensão humana para dar uma resposta de amor maior a Deus e às pessoas”.
“O programa Teen STAR pode nos capacitar naquilo que Jesus nos pede: Amar e ser amado. Amar a Deus, amar aos irmãos, e também nos abrir ao mesmo amor do Senhor e ao que as pessoas têm para nos dar”, disse o padre. “Então, é uma contribuição que a Igreja necessita e que podemos receber de uma forma muito tranquila a partir daquilo que é apresentado no seminário”.
O responsável pelo núcleo de planejamento familiar da diocese de Petrópolis, Damião Marinho de Souza, contou que quiseram levar o seminário para a diocese para gerar uma “boa consciência do que é realmente a sexualidade como um dom de Deus, como uma presença de Deus, como algo que pode ser bom para as famílias”.
Ele disse que o conteúdo aprendido pode ajudar “até o pai e a mãe que têm filhos na adolescência e juventude e passam por dificuldades para saber como lidar com as mudanças do corpo dos jovens e adolescentes para saber bem formar e saber o que está acontecendo na vida dele”.
Saber quem somos é fundamental para a vida humana
A catequista da paróquia Nossa Senhora da Conceição do Rio de Janeiro, Micheline Menezes, 27 anos, disse que a formação foi “muito útil pois em todo momento a gente interage com jovens, com pessoas que não sabem quem são e não sabem como direcionar os seus impulsos. Isso foi muito importante que aprendemos aqui e podemos aplicar na Igreja, no trabalho, mas em todas as dimensões da vida pois saber quem somos, saber quem podemos ser para outros é algo fundamental para a vida humana”.
“Pudemos enxergar o quanto é importante levar os nossos jovens, as nossas crianças a entender quem eles são, onde eles podem ir”, disse Cátia, diretora de duas escolas da rede Pedro II no Rio.
A missionária da Canção Nova, Maria Joseane, fez o seminário Teen STAR há sete anos em Mariápolis (SP). Para ela, “foi um divisor de águas para quebrar os tabus sobre sexualidade, mas sobretudo foi um autoconhecimento de ver a beleza, o que é a pessoa, de entender através da formação que nascemos para amar e ser amados”.
Pós-graduação
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