Este artigo é o do site Aci Digital
Para ler o artigo original clique aqui!
18 de mar de 2025 às 14:22
O seminarista Andrew Peter, de 21 anos, sequestrado em 3 de março, foi morto por seus sequestradores, anunciou um funcionário da diocese de Auchi, Nigéria. O padre Philip Ekweli, sequestrado junto com Peter, foi libertado.
Em comunicado divulgado à ACI Africa, agência de notícias da EWTN na África, no último sábado (15), o padre Peter Egielewa, diretor de comunicação da diocese de Auchi, confirmou a libertação segura do padre Ekweli por volta das 16h da última quinta-feira (13), encerrando dez dias de cativeiro.
“Ele agora está recebendo atenção médica adequada”, disse Egilewa.
“Infelizmente, no entanto, o seminarista maior, de 21 anos, Andrew Peter, que foi sequestrado junto com o padre Ekweli, foi horrivelmente assassinado pelos sequestradores”, disse também Egielewa.
O diretor de comunicação expressou as “sinceras condolências da Sé Episcopal da Nigéria aos familiares de Andrew Peter, orando a Deus para que lhes dê consolo e força neste momento difícil”.
“Que sua alma descanse em paz”, disse o padre Egilewa.
Ekweli e Andrew Peter foram sequestrados da reitoria da igreja católica de São Pedro Iviukhua-Agenebode, área do Governo Local do Leste de Etsako do Estado de Edo, quando homens armados atacaram a reitoria e a igreja, destruíram portas e janelas e os levaram para a floresta.
Na última sexta-feira (14), Egielewa disse que o bispo ordinário local, dom Gabriel Ghiakhomo Dunia, expressou “gratidão a todos pelas orações e apoio moral recebidos enquanto o padre Ekweli e o seminarista foram mantidos em cativeiro”.
Dom Ghiakhomo pediu ao governo estadual e federal da Nigéria e às agências de segurança do país, que “interrompam a deterioração da situação de segurança no norte de Edo, em particular, e em outras partes do Estado de Edo, que agora se tornou um refúgio seguro para sequestradores, operando à vontade enquanto as pessoas se sentem desamparadas e abandonadas”.
O bispo pediu também ao governo para “tomar medidas proativas para enviar os recursos necessários para o norte de Edo para garantir vidas e propriedades das pessoas”.
“A vida tem sido um inferno para o nosso povo nos últimos tempos”, disse o bispo ordinário local. “As pessoas não estão seguras nas estradas, em suas fazendas e até mesmo em suas casas. Isso é inaceitável quando há autoridades eleitas cujo dever é proteger o povo”.
Receba as principais de ACI Digital por WhatsApp e Telegram
Está cada vez mais difícil ver notícias católicas nas redes sociais. Inscreva-se hoje mesmo em nossos canais gratuitos:
O bispo disse ser grato ao governo do Estado de Edo por seus “esforços sinceros em ver as vítimas resgatadas”, mas disse estar insatisfeito com a resposta da polícia, em particular as tentativas de resgate, instando-os a implementar melhores medidas para resgatar as vítimas sequestradas, em vez de deixar todos os esforços de resgate exclusivamente nas mãos da família, dos amigos e conhecidos de vítimas sequestradas.
No último sábado, Egielewa lamentou que “nos últimos dez anos, a diocese de Auchi teve seis de seus padres sequestrados, torturados e libertados, três atacados, mas escaparam, e um (padre Christopher Odia) brutalmente assassinado em 2022 e agora o seminarista Andrew Peter também assassinado”.
“Que as almas do seminarista Andrew Peter, do padre Christopher Odia e de todos os mortos por sequestradores na Nigéria, pela misericórdia de Deus, descansem em paz. Amém”, rezou o padre Egielewa.
A insegurança é grande na Nigéria, onde sequestros, assassinatos e outras formas de perseguição contra os cristãos continuam desenfreados em muitas partes do país da África ocidental, especialmente na região do Sahel, no limite sul do deserto do Sahara. Vários grupos radicais muçulmanos vêm aumentando sua presença na área.
Em 5 de março, o padre Sylvester Okechukwu, da diocese de Kafanchan, foi morto um dia depois de seu sequestro, em 4 de março, Quarta-feira de Cinzas.
O recente sequestro de Ekweli e o assassinato de Andrew Peter ocorrem depois de série de outros sequestros que tiveram como alvo padres no país mais populoso da África.
Em 6 de fevereiro, o padre Cornelius Manzak Damulak, membro do clero da diocese de Shendam e estudante da Universidade Veritas em Abuja, Nigéria, foi sequestrado e depois escapou do cativeiro.
Mais tarde, em 19 de fevereiro, o padre Moses Gyang Jah, da paróquia de Santa Maria Maijuju, na diocese de Shendam, foi sequestrado junto com sua sobrinha e Nyam Ajiji, presidente do conselho paroquial. Ajiji teria sido morto; Jah e sua sobrinha ainda não foram libertados.
Em 22 de fevereiro, o padre Matthew David Dutsemi e o padre Abraham Saummam foram sequestrados na diocese de Yola. Eles foram libertados posteriormente.
A Nigéria vive em insegurança desde 2009, quando a insurgência do grupo terrorista islâmico Boko Haram começou com o objetivo de transformar o país num Estado islâmico.
A Conferência dos Bispos Católicos da Nigéria (CBCN, na sigla em inglês), o país mais populoso da África, tem desafiado continuamente o governo a priorizar a segurança de seus cidadãos.