Na celebração da Solenidade de Pentecostes, realizada na Praça de São Pedro, o Papa fez um forte apelo contra as divisões que assolam a sociedade global.

Perante uma vasta congregação de fiéis e membros de movimentos católicos vindos de diversas partes do mundo, o Pontífice abordou os "muros da indiferença e do ódio" que dão origem a atitudes prejudiciais.

Entre as preocupações expressas, destacou os preconceitos arraigados, os nacionalismos excludentes e, com especial ênfase, a violência direcionada contra as mulheres, referindo-se explicitamente aos "numerosos e recentes casos de feminicídio".

O Santo Padre refletiu sobre a ação do Espírito Santo como força capaz de quebrar barreiras, não só entre nações, mas também no interior das pessoas e comunidades.

Sublinhou que, sob a influência divina, as diferenças culturais e pessoais deveriam ser vistas como uma riqueza partilhada, impulsionando a humanidade para a fraternidade e a união, em vez de gerarem conflitos e exclusão.

A homilia também criticou a tendência crescente ao individualismo e à solidão numa era de hiperconectividade, contrastando-a com a necessidade de construir redes genuínas de comunhão e acolhimento.

O Papa reiterou que a Igreja deve ser um espaço de diálogo e integração das diversidades, um local hospitaleiro para todos.

Referindo-se aos conflitos armados atuais como "um sinal trágico", invocou o Espírito para que este "abra as fronteiras do coração, derrube os muros, desfaça o ódio" e ajude a construir um mundo pacífico.