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25 de fev de 2025 às 16:37
O arcebispo-mor de Kiev, Ucrânia, sua beatitude Sviatoslav Shevchuk, líder da Igreja Greco-Católica Ucraniana, disse que três anos depois da invasão russa, ele testemunhou “milhares de conversões”.
Em entrevista ao EWTN News In Depth, o arcebispo falou do crescimento da Igreja em meio à guerra que começou em 24 de fevereiro de 2022: “Nesses três anos, nossa Igreja floresceu. Passamos de 7,5% da população para 12%”.
“Alguns fugiram, mas outros chegaram, porque a Igreja, longe de ser uma organização política, é uma instituição que proclama autenticamente o Evangelho de Jesus Cristo e dá testemunho da verdade do Deus vivo entre nós. Isso fez dela um farol de esperança, atraindo muitas pessoas”, disse dom Shevchuk.
O arcebispo também enfatizou o compromisso da Igreja com a verdade e a justiça, mesmo quando sua mensagem pode deixar políticos ou líderes internacionais desconfortáveis.
“Muitas vezes temos que dizer coisas que não são do agrado de quem governa. Mas falamos em nome do nosso povo e trazemos a esperança que brota da graça divina do Espírito Santo”, disse dom Shevchuk.
Fé em meio ao cerco
“Nossa catedral em Kiev imediatamente se tornou o refúgio mais famoso da capital”, disse o arcebispo. “Nos primeiros meses, centenas de pessoas viveram na cripta da catedral, sem possibilidade de retornar aos seus apartamentos”.
O líder religioso disse que a crise tem sido um momento de evangelização, pois as pessoas buscam também respostas para as grandes questões da vida.
“Perguntas difíceis estão sendo feitas: ‘Por que isso está acontecendo conosco? ‘Onde está Deus?’ E esse foi um momento único para a Igreja dar testemunho de Cristo e ser mediadora de um encontro pessoal com Cristo vivo entre nós”, disse dom Shevchuk.
Dom Shevchuk também aproveitou a oportunidade para enviar uma mensagem de esperança ao mundo: “Trazemos boas notícias da Ucrânia: estamos vivos e queremos compartilhar com vocês nossa fé em Deus e nossa esperança”.
Crianças sequestradas e prisioneiros de guerra
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O arcebispo também denunciou a situação de dezenas de milhares de crianças sequestradas pela Rússia.
“Conhecemos histórias muito dramáticas. Essas crianças foram espancadas e até torturadas. É essencial entender que a guerra é uma grande tragédia, e elas, as mais vulneráveis, são os que sofrem as piores injustiças”, alertou dom Shevchuk.
Sobre os prisioneiros de guerra, o arcebispo revelou que dois padres ucranianos que foram capturados conseguiram ser resgatados e retornaram aos seus mosteiros e paróquias.
“Ouvimos histórias horríveis de tortura, humilhação diária e até mesmo proibição de rezar. Eles foram tratados como animais e disseram que animais não rezam”, disse dom Shevchuk.
O líder da Igreja na Ucrânia pediu à comunidade internacional para assumir a responsabilidade de proteger os prisioneiros mantidos pelos russos.
“Isso vai contra o direito internacional humanitário. Qualquer tratado ou acordo deve ser baseado no respeito à vida humana e aos direitos fundamentais, como os dos prisioneiros de guerra”, disse o arcebispo.
Dom Shevchuk também alertou sobre a situação de milhares de civis sequestrados pela Rússia, como médicos, padres e pastores protestantes que permanecem em cativeiro.
“Graças à mediação da Santa Sé conseguimos resgatar os padres católicos, mas ninguém está intercedendo pelos pastores protestantes. Como irmãos cristãos, é meu dever falar em nome deles”.
O arcebispo reafirmou o compromisso da Igreja com a dignidade humana e a justiça: “Qualquer prisão é uma tragédia, mas a privação injusta da liberdade e o tratamento desumano dos prisioneiros é algo que nunca podemos aceitar”.